Bolsonaro pediu ajuda de Biden contra Lula; presidente dos EUA ignorou, diz Bloomberg

Reportagem é a mais lida no site da agência de notícias dos EUA. Informação coincide com repercussão do próprio Bolsonaro sobre o encontro, que adulou Biden dizendo que ficou "maravilhada" com o democrata.

Joe Biden e Jair Bolsonaro.
Foto: Alan Santos/PR

Por Plínio Teodoro.

Reportagem de Eric Martin, da agência Bloomberg, revela que na conversa privada com Joe Biden na quinta-feira (9), durante a Cúpula das Américas, Jair Bolsonaro (PL) pediu ao presidente dos EUA ajuda contra Lula (PT) nas eleições de outubro no Brasil.

“O presidente brasileiro Jair Bolsonaro pediu ajuda ao presidente dos EUA, Joe Biden, em sua candidatura à reeleição durante uma reunião privada à margem de uma cúpula regional nesta semana, retratando seu oponente de esquerda como um perigo para os interesses dos EUA“, diz o jornalista no texto, atribuindo a informação a interlocutores na Casa Branca.

No entanto, Biden, que é democrata e foi duramente atacado por Bolsonaro durante a disputa contra o republicano Donald Trump em 2020, teria simplesmente ignorado o pedido.

“Durante a reunião desta quinta-feira, Biden sublinhou a importância de preservar a integridade do processo eleitoral democrático do Brasil e, quando Bolsonaro pediu ajuda, Biden mudou de assunto“, diz o jornalista na reportagem, que é a mais lida no site da Bloomberg.

“Maravilhado”

A informação coincide com a repercussão do próprio Bolsonaro sobre o encontro. Em entrevista à CNN sobre o encontro, Bolsonaro adulou o mandatário estadunidense, dizendo que ficou “maravilhado” com Biden.

“Foi excepcional, estou muito feliz. Posso dizer que estou maravilhado com ele. Não estou errando em falar dessa maneira. Ficamos quase meia hora conversando reservadamente”, disse.

O presidente brasileiro ainda deu sua versão da conversa relatada pelo repórter da Bloomberg dizendo que Biden se comprometeu a colaborar com a manutenção da democracia e da liberdade.

“Na reunião reservada, que é segredo de Estado obviamente, ele se comprometeu a colaborar conosco, assim como as nações civilizadas fazem, para o bem dos nossos povos, e a manutenção da democracia, da liberdade. […] Comungamos da mesma percepção. Ficou bom para ele e ficou bom para mim”.

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