Jovens se unem por #forabolsonaro na abertura do Congresso da Ubes

Na abertura do 44º Congresso da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), o primeiro presencial desde o início da pandemia, predominou o clima de união para derrotar Bolsonaro nas urnas em outubro, diante do cenário de volta da fome, com inflação alta, desemprego e as cerca de 670 mil mortes pela Covid no país.

“É nesse momento que nós vamos garantir nas urnas, na raça e na luta uma vitória retumbante para Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência do Brasil”, afirmou a presidenta do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, ao levar a saudação do partido aos estudantes. “Nessas horas não tem tergiversação. Temos que unir forças para derrotar Bolsonaro genocida. Vamos tirá-lo da presidência da República e, para isso, é frente ampla para derrotar Bolsonaro. É esse caminho que irá garantir que viremos essa página da história”, defendeu.

Luciana Santos foi ovacionada pelos estudantes. Fotos: Karla Boughoff/Ubes

A presidenta do PCdoB enfatizou o papel dos jovens nas eleições de 2022, lembrando que a juventude brasileira sempre se agigantou nos momentos decisivos da história brasileira – desde a abolição da escravatura, com Zumbi, Dandara e Castro Alves até a luta contra a ditadura militar, na Guerrilha do Araguaia, com Helenira Resende; o assassinato de Edson Luís, na passeata dos 100 mil; a luta pela anistia, a redemocratização e os caras pintadas. “E será assim para tirar, dar um chute em Bolsonaro para tirá-lo da Presidência da República, no momento que nós estamos atravessando, o pior momento da nossa história, com o pior presidente que esse Brasil já teve. Porque, afinal, estamos diante de um misógino, homofóbico”, lembrou ela, acrescentando que Bolsonaro representa uma intolerância e um ódio que não têm a cara nem o jeito do povo brasileiro.

Luciana frisou ainda o papel fundamental desempenhado pela juventude para garantir a qualidade da educação, lutando contra os cortes orçamentários, para a aprovação do novo Fundeb, e para assegurar que tenham direito à educação 50 milhões de jovens que estão na evasão escolar e aqueles que não trabalham nem estudam. “É por isso que nessas horas a juventude, aquela mesma que já garantiu tantos avanços na história brasileira, vai denunciar o balcão de negócios que virou o Ministério da Educação, que troca creche por barra de ouro”, disse a presidenta do PCdoB, sendo ovacionada durante a mesa de abertura do congresso, que acontece em Brasília, sob a liderança da atual presidenta da Ubes, Rozana Barroso.

“O que estamos fazendo hoje em Brasília é mudar vidas. Educação muda vidas”, afirmou Rozana. “A Ubes durante a pandemia fez mais pela educação do que os ministros do MEC, com a proposta do Fundeb permanente, do PL da Conectividade, com a defesa da ‘vida, pão, vacina, educação’. Ousamos sonhar com um Brasil onde tenha lugar para os nossos. Onde os jovens trabalhadores não tenham como única perspectiva carregar uma mochila nas costas para entregar comida”, acrescentou a presidenta da Ubes, que mediou a mesa de abertura na qual a juventude também esteve representada pela presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz.

Rozana Barroso lidera o encontro que acontece em Brasília

Saudada pelos estudantes entoando “A UNE somos nós, nossa força e nossa voz”, Bruna relatou que iniciou no movimento estudantil ainda secundarista porque achava que a passagem do ônibus estava muito cara e que a mãe não merecia passar pelo preço abusivo depois de ter enfrentado uma longa fila para que ela pudesse conseguir uma vaga na escola. Ao entrar na universidade e ao ver que muitos amigos e amigas da periferia não tiveram acesso ao ensino superior, eram mortos pela polícia e não conseguiam emprego, decidiu tentar unir as pessoas na causa pela educação. “De um lado, eles roubam nossos sonhos, de outro há dois milhões de estudantes que tiraram o título de eleitor”, recordou. “Esse país é pais de esperança de meninos e meninas que sonham, que querem ter uma vida melhor”, disse, acrescentando que está na educação a saída para que a esperança seja retomada. “Aquela menina secundarista hoje chega aqui com muita, muita alegria e o coração fervilhando, dizendo que as cores do brasil são nossas, o verde e o amarelo. Vamos jogar Bolsonaro na lata do lixo da história”, concluiu.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também comemorou o aumento expressivo de jovens que tiraram o título de eleitor. “É com uma alegria enorme que vejo este encontro aqui em Brasília dos estudantes que vão pôr fim à maior tragédia que este Brasil já viveu, que é o governo de Jair Bolsonaro”, disse.

Randolfe saudou as lideranças estudantis por terem mobilizado os jovens, a participarem das eleições de 2022. “Com a mobilização de artistas e intelectuais, de diferentes setores, há dois meses, liderados pela UNE e pela UBES, com mobilização de artistas e intelectuais, temos mais de 2 milhões de jovens brasileiros entre 16 e 18 anos que estão com um título na mão para dar um chute na bunda de Jair Bolsonaro”, disse Randolfe.

Rememorando os tempos em que foi presidenta da Ubes, a presidenta do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que a juventude tem papel fundamental no processo e que precisa participar ativamente da politica e desse processo eleitoral. “Estamos vivenciando um dos piores movimentos da situação da politica. Não imaginávamos que pudéssemos chegar a este ponto. Bolsonaro odeia as mulheres, os negros, os pobres, ele não pode continuar, é uma tragédia para o brasil. O povo está sofrendo, está passando fome, está tendo carestia na comida”, lamentou. “Estamos em um momento importante, histórico. Podemos ter divergência programática, mas uma coisa temos de concordar: essa eleição é para livrar o brasil da barbárie”, afirmou Gleisi, mencionando a importância de tirar Bolsonaro no primeiro turno. “As forças democráticas progressistas têm que estar lado a lado. Não podemos dar sorte ao azar. Só tem um caminho. É Luiz Inácio Lula da Silva quem tem condições de derrotar Bolsonaro”, concluiu.

Participaram ainda do evento Sâmia Bomfim, deputada federal pelo PSOL-SP, Leonardo Pericles, presidente nacional da Unidade Popular-UP, Cássio Borges, representante da Associação Nacional dos Pós-Graduandos-ANPG, Fábio Félix, deputado distrital pelo PSOL, e Thabatta Pimenta (PSB), primeira mulher trans eleita vereadora no Rio Grande do Norte.

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