Jurista Dalmo de Abreu Dallari, presente

Foto: TV Brasiil

Por Roberto Liebgott.

Dalmo de Abreu Dallari, em sua trajetória de vida, deixou um legado inesgotável nos espaços de lutas pela defesa dos direitos humanos no Brasil. Foi perseguido, sequestrado, espancado a mando de ditadores e torturadores, alguns deles persistem, até os dias de hoje, no exercício do poder estatal.

Dalmo Dallari – além dos tantos engajamentos e militâncias sociais, políticas, ambientais – foi um incansável defensor dos direitos indígenas, aqueles inscritos nos artigos 231 e 232 da Constituição Federal, os quais, com sua sabedoria e compromisso, ajudou a tecer.

Ficará agora, depois de sua morte, um lugar desocupado naqueles ambientes jurídicos comprometidos com os pobres e excluídos de nosso país. E, no que se refere aos povos indígenas, é necessário enfatizar que ele sempre esteve onde eram debatidos e discutidos os direitos territoriais. E, há também que se dizer, que dedicou carinhosa atenção e empenho ao enfrentamento das questões envolvendo quilombolas e os demais povos e comunidades originárias e tradicionais.

Dalmo Dallari fará falta nesta existência terrena, mas encontra agora um bom e seguro acolhimento onde se eternizaram as Encantadas e Encantados de Luz. E, de lá, iluminará os caminhos das lutas que se darão de forma permanente por justiça e pelo Bem Viver.

Que as Deusas, Deuses, Espíritos, os Encantos o abracem em sua nova e perene morada.

Dalmo Dallari, presente!

Porto Alegre, 09 de abril de 2022.

Cimi Sul-Equipe Porto Alegre.

 

Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.
A opinião do/a/s autor/a/s não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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