Dalmo de Abreu Dallari, em sua trajetória de vida, deixou um legado inesgotável nos espaços de lutas pela defesa dos direitos humanos no Brasil. Foi perseguido, sequestrado, espancado a mando de ditadores e torturadores, alguns deles persistem, até os dias de hoje, no exercício do poder estatal.
Dalmo Dallari – além dos tantos engajamentos e militâncias sociais, políticas, ambientais – foi um incansável defensor dos direitos indígenas, aqueles inscritos nos artigos 231 e 232 da Constituição Federal, os quais, com sua sabedoria e compromisso, ajudou a tecer.
Ficará agora, depois de sua morte, um lugar desocupado naqueles ambientes jurídicos comprometidos com os pobres e excluídos de nosso país. E, no que se refere aos povos indígenas, é necessário enfatizar que ele sempre esteve onde eram debatidos e discutidos os direitos territoriais. E, há também que se dizer, que dedicou carinhosa atenção e empenho ao enfrentamento das questões envolvendo quilombolas e os demais povos e comunidades originárias e tradicionais.
Dalmo Dallari fará falta nesta existência terrena, mas encontra agora um bom e seguro acolhimento onde se eternizaram as Encantadas e Encantados de Luz. E, de lá, iluminará os caminhos das lutas que se darão de forma permanente por justiça e pelo Bem Viver.
Que as Deusas, Deuses, Espíritos, os Encantos o abracem em sua nova e perene morada.
Dalmo Dallari, presente!
Porto Alegre, 09 de abril de 2022.
Cimi Sul-Equipe Porto Alegre.
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