Dia Internacional das Mulheres
indígenas acampadas e vulnerabilizadas habitando entre cercas e rodovias, sem acesso à terra;
violentadas por garimpeiros, madeireiros, grileiros assassinos;
quilombolas em meio às fazendas invasoras de seu chão sagrado;
ribeirinhas das margens de rios e lagos afastadas das políticas assistenciais;
faveladas e desesperançadas por falta de segurança;
domésticas exploradas pelas patroas;
desempregadas e despossuídas de bens da vida;
prostituídas pelo machismo degradante;
atacadas, por racistas, em sua dignidade humana pela cor da pele;
lésbicas, bis, travestis e trans discriminadas e sistematicamente atacadas nos modos de ser;
escravizadas e traficadas no comércio de corpos e drogas;
migrantes e refugiadas pelas guerras insanas;
espancadas por maridos dentro de suas casas;
terceirizadas nos serviços sujos e degradantes;
camponesas excluídas de direitos enquanto enfrentam a tripla jornada de trabalho;
mães que choram por não terem como oferecer pão e leite aos seus filhos pequenos.
A todas elas dedica-se o oito de março.
Roberto Liebgott