Por Carolina Fortes.
A mulher que aparece em fotos com um longo vestido vermelho e escoltada por um grupo de homens armados com fuzis e escopetas fechando o trânsito da avenida Samdu Norte, em Taguatinga, no Distrito Federal, em plena luz do dia, se chama Dilma Lane Barbosa.
Ela é consultora de vendas, moradora de Ceilândia e praticante de tiro esportivo. Em seu perfil no Instagram – apagado no fim da noite desta terça-feira (23) – Dilma tem diversas fotos segurando armas e vídeos com fuzis e pistolas.
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Aparentemente, a comemoração – ocasião pela qual a rua foi fechada – era porque estaria ocorrendo uma “prévia do casamento” da “dama de vermelho” com o proprietário de um estande de tiros. Durante a tarde de ontem, Dilma compartilhou nas redes sociais fotos com amigos, e um deles comentou: “Hoje foi o dia da prévia do casamento no estande do casal”.
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Pelos menos sete indivíduos aparecem na gravação. Segundo uma matéria do site Metrópoles, os envolvidos poderiam ser detentores do registro chamado CAC (Caçadores, Atiradores e Colecionadores), que se proliferaram durante o governo Bolsonaro, e que têm direito a adquirir dezenas de armas, inclusive fuzis.
Policiais ressaltaram que as armas que aparecem nas imagens são reais, refutando uma tese de alguns usuários das redes sociais que afirmavam tratar-se de réplicas de airsoft.
Carregar arma de fogo sem o porte, o que não é concedido para armas longas, o que possibilitaria alguém sair carregando fuzis, espingardas ou escopetas pelas ruas, é crime e pode render de três a seis anos de cadeia. Interromper o tráfego utilizando armas, quando não se é um agente de segurança pública, também é crime.
A Polícia Civil do Distrito Federal informou que já tomou conhecimento do fato e que abriu uma investigação para entender o que ocorreu, assim como para identificar os homens que aparecem segurando as armas de grosso calibre no meio da rua.