O Ministério das Relações Exteriores da Palestina saudou hoje o relatório da Anistia que classificou Israel como um estado de apartheid, pedindo que o Estado de ocupação seja responsabilizado por suas práticas contra os palestinos.
“O relatório é uma afirmação detalhada da cruel realidade de racismo arraigado, exclusão, opressão, colonialismo, apartheid e tentativa de apagamento que o povo palestino sofreu desde a Nakba”, disse o ministério em comunicado.
Ele pediu às Nações Unidas que “atentem às evidências convincentes apresentadas pela Anistia” e responsabilizem “Israel por seus crimes contra o povo palestino, inclusive por meio de sanções”.
Isso ocorreu depois que a Anistia divulgou seu relatório durante uma coletiva de imprensa em Jerusalém Oriental ocupada, em que disse que as políticas de Israel na Cisjordânia ocupada, Negev e além “todas equivalem a um sistema e crime de apartheid”.
O movimento palestino Hamas disse que o relatório mostra a trágica realidade do povo palestino sob ocupação israelense.
“O relatório descreve a verdadeira realidade trágica de nosso povo palestino sob a ocupação [israelense]”, disse o porta-voz do grupo, Hisham Qasem, em um comunicado.
O grupo de direitos humanos de Israel B’Tselem, por sua vez, saudou o relatório como uma “grande adição aos relatórios anteriores” sobre as práticas de apartheid de Israel.
“Esse é um passo essencial na luta para mudar essa realidade, em direção a um futuro no qual todas as pessoas que vivem aqui possam desfrutar de justiça, igualdade e respeito por seus direitos humanos”, afirmou em comunicado.
O grupo de direitos humanos criticou as críticas israelenses ao relatório do ministro das Relações Exteriores, Yair Lapi, que o descreveu como “tendencioso e antissemita”.
“Nivelar acusações de antissemitismo contra qualquer pessoa que critique o regime israelense – inclusive contra organizações de direitos humanos – é uma afirmação manipuladora que mina a crucial luta global contra o antissemitismo e ofende a memória de suas vítimas ao longo da história”, disse o B’Tselem.
O B’Tselem publicou seu relatório destacando as práticas de apartheid de Israel no início do ano passado.