Por Nathália Bittencurt.
Na madrugada do último sábado (30), mais de 150 famílias ocuparam uma área próxima à Av. Justino Camboim, na Lomba da Palmeira, em Sapucaia do Sul. A ocupação está sendo coordenada pelo núcleo da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) do RS, e foi construída ao lado da Ocupação Marielle Franco.
O terreno tem capacidade para pelo menos 500 famílias, e está pronto para a regularização fundiária e parcelamento da área, o que não acontece por falta de vontade da Secretaria de Obras e Habitação do governo do Rio Grande do Sul. A regularização conta já com cerca de R$ 500 mil , garantidos através de emenda parlamentar da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL). No entanto, os recursos podem ser perdidos caso o governo gaúcho siga paralisando os trâmites legais e não suspenda a ordem de reintegração de posse que já há contra a antiga Ocupação Marielle Franco.
Parte das famílias que constroem a ocupação estão ameaçadas por ordem de despejo, por morarem em área de alta tensão que pertence à Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), no município de Gravataí, localizado na região metropolitana da capital.
A nova área ocupada já tem projeto de uso social para moradias populares, pensado inicialmente para receber famílias atingidas por uma obra na margem da rodovia estadual 118. Porém a paralisia do estado em atender a demanda urgente por condições básicas de moradia tem impedido a regularização da área.
As famílias que já ocupavam parte da região não conseguem acessar serviços básicos como as unidades de saúde, energia elétrica e saneamento básico, pois não são reconhecidas nem pelo estado nem pelo governo federal.
A FNL está dando um importante passo na luta por moradia na região metropolitana. A ocupação precisa de doações de alimentos, produtos de higiene, cobertores e utensílios de cozinha, e claro, solidariedade ativa. O acampamento está aberto para novas famílias em situação de vulnerabilidade social que queiram fazer parte desta luta.
Na tarde de ontem (1º), a Guarda Municipal e a Brigada Militar estiveram na ocupação Semente de Marielle. Os policiais entraram no acampamento, conheceram as famílias e reconheceram a organização da ocupação. Não houve nenhum conflito, portanto, a ocupação segue aguardando o posicionamento da Secretaria de Obras e Habitação do estado sobre a regularização fundiária e parcelamento do restante desta área, que já é destinada à moradia popular.
A partir de agora, todo o apoio de movimentos sociais e ativistas é fundamental para manter nosso acampamento firme. Para saber onde estão os pontos de coleta de doações, acesse o Instagram @frentenacionaldelutars. Se você puder fazer uma doação financeira, o PIX da ocupação Semente de Marielle é o email [email protected] .