Por Plinio Teodoro, da Revista Fórum.
Antecipando um novo aumento no preço do diesel, Jair Bolsonaro (Sem partido) deu uma explicação confusa sobre o alto preço dos combustíveis no país e disse que não pode “fazer milagres” para segurar os reajustes em conversa com apoiadores na noite desta segunda-feira (28).
“Pessoal está insatisfeito? Está. Inclusive estamos há três meses sem aumentar o diesel. Vai ter um reajuste daqui a pouco, não vai demorar. Vai ter que ter… Não posso fazer milagre”, disse Bolsonaro, horas após a Petrobras anunciar um novo aumento de preço dos combustíveis por causa da “defasagem” dos preços.
Em relação ao preço do diesel, Bolsonaro mentiu aos apoiadores. O último aumento do combustíveis, que impacta diretamente no consumo das famílias, foi de 3,7% no dia 6 de julho, a menos de três meses portanto.
Paridade do preço do petróleo
Para minimizar a responsabilidade sobre o preço dos combustíveis, Bolsonaro afirmou que não é “dono da Petrobras” e revelou aos apoiadores que os reajustes são fruto da política de paridade de preços com o mercado internacional, que a estatal brasileira adotou em “2015, 2016”, quando Michel Temer (MDB) assumiu a Presidência após o golpe contra Dilma Rousseff (PT).
“O óleo brent, o óleo cru, fora do Brasil teve uma grande alta de ontem para hoje. E não dá para fazer milagres. Eu não sou dono da Petrobras. Eu não posso falar: não aumenta. Nove instituições regulam a Petrobras. A última lei da paridade é de 2015, 2016. Subiu lá fora o petróleo, subiu o dólar aqui, aumento automático”, afirmou Bolsonaro, contando o real motivo da alta dos combustíveis.
Na sequência, no entanto, ele culpou o PT pelos aumentos dos combustíveis. Nos governos petistas, o Brasil alcançou autossuficiência em petróleo e expandiu a rede de refino e distribuição, o que possibilitou desvincular o preço dos combustíveis da paridade internacional do petróleo.
“Quem quebrou a Petrobras?… Quebrou não, né? Petrolífera não quebra… Quem arrebentou a Petrobras foi o PT. Mais de 200 bilhões de reais gastos com refinarias que não aconteceram. A conta para quem bota gasolina no carro pagar”, justificou Bolsonaro, em explicação sem sentido.