No STF, o voto que reverberou ancestralidades!

Foto: Alaas Derivas.

Por Roberto Liebgott. Cimi/Sul.

A tese do marco temporal foi desfeita,
O ministro Edson Fachin resgatou o indigenato,
Trouxe de volta os direitos originários,
Desativou o renitente esbulho,
Consolidou o usufruto exclusivo das terras pelos Povos.

Agora devemos acompanhar, com paciência e esperança, os outros ministros, com seus argumentos e definições,
Acreditar na justiça,
Saber que ela, mais cedo ou mais tarde, vai prevalecer,
Que os povos são sujeitos de direitos,
De capacidade plena,
Sem tutela ou tutores.

Agora, aos poucos, a causa indígena se torna de todos,
De juízes, ministros, governantes e instituições,
De pessoas físicas, jurídicas e da sociedade,
Das igrejas, dos agentes e servidores públicos,
Dos organismos internos e do exterior.

O STF, pelo voto do ministro Fachin, recebeu em seus gabinetes a Mãe Terra,
Sentiu a presença das memórias e das espiritualidades,
Reconheceu os povos em suas diferenças étnicas e culturais,
Percebeu a força do direito de origem,
Soube acolher aqueles que tanto esperam por justiça.

O STF começa a escalada do bem viver,
E não se pode, agora, quebrar degraus,
Rejeitar os caminhos,
Reacender as chamas da violência,
Ceder ao agroboi,
Ao agrosoja,
Às mineradoras e madeireiras destrutivas.

O STF reverberou às ancestralidades,
Há, todavia, necessidade de vigília,
O inimigo não dorme,
Não se desfez de sua ambição,
É preciso seguir em frente, em mobilização.

Não ao marco temporal.

Demarcação já!

 

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