Giros, deslocamentos no chão, mobilidade dos ombros e tronco. Para quem assiste uma performance de Breaking, marcada por movimentos rápidos e certeiros, pode achar – à primeira vista – que trata-se de uma modalidade difícil de aprender. Ledo engano. O Breaking ou Breakdance é um estilo de vida ligado à cultura Hip Hop praticado pelos B-boys e B-girls, capaz de abrir possibilidades corporais para praticantes de diversas danças como ballet, contemporâneo e jazz. O estudo escancara novos eixos de movimento e traz mais consciência para intérpretes em geral.
“O Breaking me trouxe a possibilidade de liberdade, me libertar dos códigos que as outras linguagens estabelecem a partir de uma dinâmica diferenciada. Quando eu faço composições coreográficas para as minhas turmas de jazz, por exemplo, utilizo muito a técnica do Breaking na forma de olhar para o trabalho, nos tempos que o Breaking propõe. Faz toda a diferença em outras linguagens. Com a prática o meu corpo ficou mais atento, ativo, mais ágil, compreendi diferentes eixos e formas de fazer o movimento e ampliou muito a forma de perceber a musicalidade”, conta Agna Mulher, uma das fundadoras da primeira escola de Breaking do Brasil, a Cia Garopaba Atitude que acaba de completar 15 anos de existência.
Agna junto com o B-boy, professor e bailarino Rogério Ribeiro e a B-girl, bailarina e produtora cultural Gabriella Weis Frasson estão em turnê por oito cidades catarinenses para desmistificar o estilo e aproximar a linguagem dos demais artistas da dança catarinense. Nos dias 11 e 12 de setembro, eles realizam o workshop “Como partilhar do processo criativo na dança do B.Boy”, das 9h às 20h, na Garagem da Dança, em Florianópolis. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no link https://forms.gle/oCgDJ9BhsV1vuNDf6
“A ideia do projeto é compartilhar as experiências de desenvolvimento artístico da companhia. Somos a primeira do Brasil e desenvolvemos ao longo destes 15 anos uma metodologia única e acessível aos diversos corpos, idades e experiências em dança. Queremos partilhar este repertório por meio deste projeto que oferece aulas práticas e teóricas sobre como se dá a composição coreográfica dentro da companhia, as pesquisas, quais os jogos teatrais que já utilizamos. Conhecimento que pode ser aplicado em qualquer linguagem de expressão dentro da dança”, complementa Agna.
Liberdade para o corpo
Romper as estéticas de movimento já estabelecidas. O coreógrafo Rogério Ribeiro acredita que a técnica propõe novas ideias para o corpo, independente da formação do artista.
“O Breaking tem como principal característica trabalhar nos três planos – alto, médio e baixo – principalmente plano baixo. Essa relação do Breaking e a fluidez com o chão, acredito que seja um grande diferencial, é uma das maiores consciências para o corpo. Esse contato fluente, essa agilidade em descidas e subidas de solo, é um estudo tão completo e com uma complexidade de movimentos de diversas influências que acaba possibilitando a consciência de um corpo inteligente, que é capaz de absorver inúmeras técnicas. Ele intensifica essa facilidade que o corpo pode ter para transitar por outras modalidades de dança. A metodologia que trazemos para o Breaking dá essa consciência geral. Essa magnitude de movimento e percepções do espaço nos 360 graus”, esmiúça
Além do compartilhamento da metodologia da Cia Garopaba Atitude, o programa também abre espaço para o debate e reflexão acerca “O espaço da mulher na dança Breaking e o protagonismo das B-girls no trabalho da Cia Atitude”. O Projeto foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2020, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.
Programação:
Dia 1
9h – Palestra com vídeos e debates sobre espetáculos da Cia
11h – Aula teórico sobre processos coreográficos, dramaturgia e reflexão sobre as obras/processos da Cia Atitude e seus respectivos procedimentos de investigação e pesquisa
14h – Aula prática de Breaking e suas possibilidades de hibridização
16h – Laboratório de composição de movimentos, jogos teatrais e performativos
20 – Laboratório Vivência em improvisação
Dia 2
9h – Prática criativa de ocupação de espaços urbanos
14h – Aula prática e laboratório: Composição coreográfica, sequências coreografadas e outras possibilidades.
18h – Palestra e debate sobre “O espaço da mulher na dança Breaking e o protagonismo das B-girls no trabalho da Cia Atitude”
20h – Finalização do curso e entrega de certificados de participação
SERVIÇO
Curso de Dança “Processo Criativo na Dança B.boy”
Quando: 11 e 12 de setembro – Florianópolis
Horário: Das 9h às 20h
Local: Av. Vera Linhares de Andrade, 3228
Inscrições: Gratuitas
Link: https://forms.gle/oCgDJ9BhsV1vuNDf6
Quem pode se inscrever: jovens de 12 a 25 anos. Adultos de 25 a 50 anos ou mais.
Luciana de Moraes
jornalista e videógrafa
+55 (48) 9982-5750
A CASAA
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