Por Marcelo Hailer.
Era para ser apenas uma saída do bar para fumar um cigarro e fazer uma videochamada, mas, para o jovem auxiliar de enfermagem Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, brasileiro que vivia desde os dois anos de idade na Espanha, terminou em morte motivada por homofobia, em La Coruña.
O jovem, que era enfermeiro e esteve na linha de frente no combate ao coronavírus desde o início da pandemia, foi encontrar a sua melhor amiga, Lina, em um bar. Era a segunda noite de flexibilização em La Coruña.
Em determinado momento, Samuel e Lina saíram para fumar um cigarro e fazer uma videochamada, neste momento, um rapaz acompanhado de uma mulher passou por eles e pensou que os amigos o estavam filmando, eles tentaram explicar que se tratava de uma chamada por vídeo, mas não houve conversa.
Após tentativas de explicação, o homem foi enfático com Samuel: “Ou para de filmar, ou te mato, seu viado”, nesse momento Samuel o questionou e a partir daí começou a ser agredido pelo homem.
Um homem que também estava no bar ajudou Lina e conseguiram parar o agressor, porém, momentos depois ele voltou com cerca de 12 homens que espancaram Samuel até a morte e, segundo os relatos de testemunhas, aos gritos de “viado de merda”. As equipes de socorro tentaram reanimar Samuel por duas horas, mas sem sucesso. O crime ocorreu na madrugada do último sábado (3).
Além da brutalidade do crime, a comunidade espanhola ficou revoltada com o fato de a polícia local estar reticente em classificar como crime de ódio motivado por homofobia e também ao afirmar que iriam trabalhar “com absoluta discrição e sigilo”.
Após as declarações equivocadas da polícia e por conta da brutalidade do crime, milhares de pessoas foram às ruas de Madri, Barcelona, La Coruña e outras localidades da Espanha para pedir justiça por Samuel. Até este momento ninguém foi responsabilizado pelo assassinato.
Algumas pessoas que estava no bar filmaram o momento em que Samuel foi espancado, você pode conferir no vídeo abaixo, mas alertamos para imagens fortes: