CPI do Genocídio levanta mais de 200 falas negacionistas de Bolsonaro em 1 ano de pandemia

Discurso do presidente será alvo de investigação na comissão, para eventualmente imputar crimes contra ele ao fim dos trabalhos

Foto: Alan Santos/PR

Por Luisa Fragão.

A equipe da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 que auxilia o relator Renan Calheiros (MDB-AL) fez um levantamento com mais de 200 comentários negacionistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de janeiro de 2020 ao mesmo mês deste ano.

O compilado, compartilhado em reportagem da Folha de S.Paulo, cita críticas de Bolsonaro ao isolamento social, defende o uso de medicamentos sem eficácia contra a Covid-19, como a cloroquina, e minimiza o vírus, chamando a doença de “gripezinha”.

Segundo o levantamento, a primeira declaração ocorreu 26 de janeiro de 2020. Na época, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não havia decretado a pandemia, mas já alertava os países para os perigos da disseminação do vírus. “Estamos preocupados, obviamente, mas não é uma situação alarmante”, disse Bolsonaro naquele dia.

Em 18 de março, um dia após a primeira morte por Covid-19 no país, o presidente negou que tenha causado aglomeração. “Eu como chefe do Executivo, o líder maior da nação brasileira, tenho que estar na frente, junto do meu povo. Não se surpreenda se você me ver, nos próximos dias, entrando no metrô lotado em São Paulo (SP), entrando numa barcaça na travessia Rio-Niterói em horário de pico; ou num ônibus em Belo Horizonte (MG). Longe de demagogia e de populismo. É uma demonstração de que eu estou do lado do povo, na alegria e na tristeza”, disse.

Os comentários negacionistas do presidente serão alvos de investigação da CPI, para eventualmente imputar crimes contra o mandatário. A comissão terá seis linhas de atuação, conforme plano de trabalho apresentado na quinta-feira (29) por Renan, sendo a primeira delas as ações do governo no enfrentamento da pandemia.

 

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