De 16 a 21 de abril de 2021, às 19h00, a Cia. Mundu Rodá realiza apresentações gratuitas e com tradução em Libras do espetáculo Memórias da Rabeca pelo Facebook (www.facebook.com/munduroda) e Youtube (www.youtube.com/munduroda). Na sequência de cada apresentação, o grupo promove um bate-papo do público com integrantes da equipe de criação do espetáculo e mestres rabequeiros convidados como Luiz Paixão (Condado-PE), Zé Pereira (Ariri-SP), Nelson da Rabeca e Dona Benedita (Marechal Deodoro -Al).
Memórias da Rabeca revela memórias guardadas por sete rabecas, trazendo à luz histórias e personagens que ficaram e continuam à margem – da sociedade, da mídia e da justiça brasileira. Memórias que ecoam e atravessam os tempos e seus guardiões – os rabequeiros brasileiros – colocando em foco dinâmicas das relações entre o humano e a rabeca.
“Assim como nós, cada rabeca é única e possui uma persona sonora – afinam e desafinam. Cada rabeca tem sua digital sonora e cultural, e entre inúmeras possibilidades de ser e se reinventar, elas documentam histórias, por vezes inesperadas, de lugares quase esquecidos deste país”, comenta a Cia. Mundu Rodá.
Memórias da Rabeca é uma obra de resistência poética dividida em sete atos: Cegos Rabequeiros, Maneirinha, Boi da Mão de Pau, Cultura Caiçara, Fandango – Resistência e Tradição, Iauaretê, Minha Chã e Redemunho. Cada movimento é inspirado na obra de poetas e rabequeiros, como Cego Oliveira, Cego Aderaldo e Cego Sinfrônio, Seu Nelson (AL) e Fabião das Queimadas (1848-1928), ex-escravo que comprou sua liberdade e de seus familiares com sua música e poesia.
Além de inspirações em histórias, mistérios e causos sobre tocadores pactários, como no conto “Meu Tio, o Iauaretê” de Guimarães Rosa, e na cultura caiçara Paulista, suas relações com o Fandango e seus mutirões, e suas principais questões sócio-político-ambientais.
O espetáculo é fruto de intensa pesquisa artística realizada através do intercâmbio com rabequeiros da Cultura Caiçara, Quilombola e Indígena do Litoral Paulista, também por meio de pesquisa histórica sobre rabequeiros que marcaram a música e a poesia no Brasil, além da pesquisa de campo continuada da Cia. Mundu Rodá junto aos rabequeiros do Nordeste Brasileiro (Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte).
“Nos anos em que residimos na Zona da Mata Pernambucana, aprendemos com nossos mestres e mestras que o aprendizado e a criação artística não são instâncias isoladas. Ali, as brincadeiras, as festas e os ritos são manifestações que refletem o modo como a comunidade entende as relações em várias esferas da vida. Do mesmo modo, buscamos este caminho na criação e na pedagogia que desenvolvemos, onde vida e arte ecoam juntas para expressar as possíveis e diferentes visões de mundo,” explica o grupo.
As apresentações de Memórias da Rabeca fazem parte da Mostra de Repertório da Mundu Rodá, que começou com apresentações de “Vida de cão, coração de herói” e conta ainda com a revisitação do projeto/espetáculo ARIGÓS: bandeira, espinha-de-peixe, cara-de-gato e o novo projeto musical de Alício Amaral com composições inéditas.
Com vinte anos de estrada, a Cia Mundu Rodá (SP), fundada por Juliana Pardo e Alício Amaral, vem construindo uma linguagem cênica própria a partir da observação, do contato e do diálogo com as Danças Tradicionais Brasileiras e o Trabalho do/a Artista Intérprete.
Ministrando aulas, oficinas, preparações e com oito espetáculos em seu repertório: Donzela Guerreira (2007); Sambada de Reis (2005); Estrada (2010); Memórias da Rabeca (2017); Show Rabeca Primeira Sonora (2018); Figuras Inesperadas (2018); Vida de Cão, Coração de Herói (2019); Arigós -Bandeira, Espinha-de-Peixe, Cara-de-Gato (2020), o grupo já viajou os rincões do Brasil e expandiu sua atuação para países como China, Dinamarca, França, Inglaterra, República Tcheca, Itália e Portugal.
As ações fazem parte do projeto da Mundu Rodá contemplado no Edital PROAC EXPRESSO LAB 36/2020 – Produção e temporada de espetáculo de teatro com apresentação online.
Mais informações em: www.munduroda.com / Facebook: Mundu Rodá / Instagram: @munduroda
Assista o teaser do espetáculo: www.youtube.com/watch?v=
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Sinopse – Espetáculo: Memórias da Rabeca
Espetáculo-solo que revela memórias guardadas por sete rabecas, trazendo à luz histórias e personagens que ficaram e continuam à margem – da sociedade, da mídia e da justiça brasileira. Memórias que ecoam e atravessam os tempos e seus guardiões – os rabequeiros brasileiros -, colocando em foco dinâmicas das relações entre o humano e a rabeca. Um convite para o encontro com a multiplicidade do universo da rabeca. A rabeca torna-se a voz, os pés e as mãos do ator que a toca, e o ator torna-se a vibração de suas cordas e sua música. Duração: 60 minutos
Quando: de 16 a 21 de abril de 2021 – Horários: 19:00
Onde assistir: www.facebook.com/munduroda e www.youtube.com/munduroda
Classificação Livre – Grátis
Acessibilidade: Tradução simultânea em Libras
Bate-Papo: após cada exibição um bate papo ao vivo com a equipe de criação do espetáculo
Ficha Técnica
Direção artística: Juliana Pardo | Artista intérprete: Alício Amaral | Composição e direção musical: Alício Amaral | Dramaturgia e textos: Alício Amaral e Juliana Pardo | Desenho de luz: Eduardo Albergaria | Figurino e Cenário: Eliseu Weide | Assistente cenotécnico: Wanderley D.lascko | Contrarregragem e Técnico de Palco: Tiago Moraes | Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini | Produção Executiva: Movimenta Produções e Cia. Mundu Rodá | Local dos Ensaios: Casa Mundu Rodá | Local de Gravação: Centro Cultural Oswald de Andrade | Apoio: Cooperativa Paulista de Teatro | Registro Audiovisual: Temporal Filmes | Colaboração/provocação artística: Jussara Miller, Roberta Carreri (Odin Teatret), e Luiz Fiaminghi | Orientação/Rabequeiros tradicionais: Zé Pereira, João Firmino, Agostinho Gomes, Zé Lucas, Carlos Raymundo, Benedito Nunes, Oswaldo Curió, Luiz Paixão, Nelson da Rabeca e Damião | Em memória aos rabequeiros: Angelo Ramos, Antônio Teles, Manuel Salusitano, Mané Pitunga e Seu Mané Pereira | Luthier: Fábio Vanini | Rabecas (autores): Fábio Vanini, Fernando Vanini, Nelson da Rabeca, Zé de Nininha, Zé Pereira e Oswaldo Curió.