A Cooperativa Comunicacional Sul foi fundada de maneira informal no dia 9 de dezembro de 2011 e foi legalizada em 3 de março de 2017.
A parceria entre parte de seus cooperados e cooperadas existe desde agosto de 2007, quando fundaram o Portal Desacato, veículo independente, sem laços com partidos políticos, sindicatos ou qualquer organização pública, privada, estatal ou paraestatal. A linha do Desacato é claramente anticapitalista e anti-imperialista e adianta o objetivo da cooperativa: a soberania comunicacional popular. Seu objetivo principal dar voz e visibilidade àqueles que não encontram espaço e nem apoio na grande mídia e criar fontes de emprego para jornalistas e técnicos da comunicação.
Por que uma cooperativa?
O objetivo central do grupo não é novo: reunir pessoas de diversas gerações, com a intenção de abrir consciências, apresentar diferentes visões dos fatos e outra forma de cultura. “O inédito fica restrito à ferramenta, que precisa ser construída por todos os cooperados e pelo público, que pode e deve partilhar essa experiência como parceiro ativo”, afirma um dos membros da cooperativa, Raúl Fitipaldi.
Fitipaldi destaca que algumas ONGs estão cada vez mais ligadas ao uso do dinheiro público e à lavagem de dinheiro de grandes empresas estrangeiras, guiadas por propósitos que se afastam da transparência e do interesse das maiorias. Mas o cooperativismo, exercido desde uma perspectiva socialista, aparece como uma opção democrática e honesta, que se aproxima da visão de mundo compartilhada pelo grupo. De acordo com ele, no Brasil, o cooperativismo é muito determinado pelo capitalismo, pelas empresas de exportação raras cooperativas de serviços de saúde e, principalmente, pelas cooperativas de crédito. “No entanto, os princípios de autogestão condizem com a percepção de Soberania Comunicacional Popular com a qual pretendemos contribuir.”
Por apresentar uma proposta inovadora no setor, enfrentaram-se algumas dificuldades até a formação do grupo e a conseqüente fundação da cooperativa, mas o desafio é motivador. “Não temos muitas idéias acumuladas, experiências para trocar, mas acredito que é preferível fracassar tentando criar fontes legítimas de produção, a ter sucesso desviando o dinheiro dos trabalhadores.”
Como funciona?
A cooperativa pretende ser uma opção diante dos monopólios da comunicação, que vá além dos projetos individuais, característicos da internet, por exemplo. “Vivemos muitas vezes sob uma perspectiva pós-moderna de negação do coletivo e repetidora do modelo vigente, ainda que o discurso seja de oposição ao sistema”. Na cooperativa, o instrumento, seja ele internet, jornal impresso, livro ou peça de arte, é produto, direto ou indireto, de uma construção coletiva, aberta.
A primeira forma que a população tem de contar com a cooperativa é se apropriando dos seus conteúdos, sugerindo outros, narrando através dela sua cultura, mobilizações e reivindicações. “Nossos serviços seguirão os seguintes princípios: informar, educar, formar e mobilizar, com o objetivo de uma sociedade justa, democrática e universal”, destaca Fitipaldi. Os serviços oferecidos se adaptarão à demanda, ou seja, pode-se comunicar uma notícia, artigo, audiovisual, livro, cobertura de eventos, apresentação de arte, entre outros.
Diante das dificuldades e dos desafios que trilham a nova fase do grupo, Fitipaldi é otimista e o nome do atual carro chefe da entidade expressa muito bem de onde vem a motivação: Desacato. “Isso implica em reconhecer que esse sistema não serve e precisa ser desconstruído. Somos parte desta América Nossa e sabemos que Outro Mundo é Possível e Urgente”.
Veículos
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