Por Carlos Weinman, para Desacato. info.
Aquela que buscou despertar,
O primeiro voo parecia deslumbrar,
Até a queda fazer relembrar,
Que a condição humana pode ser comparada com o mais fraco fio do tear,
Mas mesmo diante da consciência da fragilidade,
Foi capaz de lançar-se para descoberta de sua identidade,
Descobriu o seu eu no outro e na relação,
Sonhos começou a projetar,
Por vezes, despiu-se da razão,
Para dar lugar a emoção,
Nas discussões sobre a veracidade,
Só queria um pouco de honestidade,
A estranheza do mundo atravessou a sua mocidade,
Agora, aquela que tanto procurou não está presente,
Incógnita da condição humana:
A esperança se revela incômoda,
Por indicar a necessidade de esperar,
Enquanto confiam,
Não sabem se é vida que irão encontrar
Ou se a morte já tomou o seu lugar!
A inconformidade lança o seu desafio:
Não é possível esperar!
Não dá para ter esperança!
É preciso buscar e lutar!
É impreterível encontrar aquela que um dia trilhou o caminho da busca.
No entanto, a inconformidade é ousada, grita, feito uma louca:
Parem de esperar!
Parem de ter esperança!
Chegou o momento de agir,
Talvez possam diante da ação fazer emergir,
Uma pista de sua presença ou até mesmo uma vida salvar!
Por outro lado, o silêncio é nebuloso,
Não há pistas para onde vai,
Se é rebelde ou conformista,
No silêncio uma surpresa sempre pode surgir!
Os viajantes desalentados procuram,
Não esperam, gritam com um sentimento motriz para o mundo: onde estará Inaiê?
Enquanto procuram,
O desafio é achar uma semente de bom senso,
Objetivo é não entrar em desespero,
Para continuar a trajetória,
Os viajantes, por vezes são sufocados por sentimentos nebulosos do silêncio,
Não procuram a glória,
E nem por isso concedem ao tempo a espera,
Para eles a ousadia é melhor do que doce e falsa inocência.
Diante da dor, os gritos ressoam com toda a veemência,
Denunciam o estigma, o desespero dos viajantes.
Todavia, sempre tem aqueles que berram mais alto com o objetivo de silenciar,
Já que a ousadia dos estranhos do mundo tende a incomodar,
Por desvelar as mazelas da estranheza,
A força empregada para calar tende ser forte,
Muitas vezes traz os ventos, as turbulências, mas com sorte,
Não levam a morte,
Apenas destroçam,
Contudo, nem sempre é assim,
Já que nem sempre há sorte!
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Possui graduação em Filosofia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (2000) com direito ao magistério em sociologia e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (2003), pós-graduado Lato Sensu em Gestão da Comunicação pela universidade do Oeste de Santa Catarina. Atualmente é professor da Rede Pública do Estado de Santa Catarina. Tem experiência na área de Filosofia e Sociologia com ênfase em Ética, atuando principalmente nos seguintes temas: estado, política, cidadania, ética, moralidade, religião e direito, moralidade e liberdade.
Assista a coluna, todo domingo, 20h30.
Leia a edição de semana passada, das crônicas dos viajantes: