Morre de Covid-19 recepcionista bolsonarista de 35 anos que se recusou a tomar vacina

Fanática por Bolsonaro ela teve oportunidade de ser vacinada por trabalhar na linha de frente, mas se recusou a receber a dose da Coronavac que tinha direito por achar que a vacina chinesa não tinha sido testada e que não era cientificamente comprovada

Foto: Facebook

Por Julinho Bittencourt.

Atualizada no sábado (27), às 6h30

A recepcionista Priscila Veríssimo, de 35 anos, que se recusou a tomar a dose de Coronavac que tinha direito, morreu nesta quarta, após complicação da covid-19.

Priscila era moradora do bairro Brasília em Arapiraca, cidade do Agreste de Alagoas e trabalhava como funcionaria do Hospital Chama. Ela já havia sido infectada uma vez e, fanática pelo presidente Jair Bolsonaro, se recusou a tomar a vacina.

Ela achava que não pegaria novamente a doença e, além disso, considerava que a vacina chinesa não tinha sido testada e que não era cientificamente comprovada, de acordo com informações e colegas (leia abaixo).A doença evoluiu rapidamente e ela acabou não resistindo. Veríssimo deixa um filho de 2 anos.

O sepultamento de Priscila aconteceu na manhã da quinta-feira (25) no Cemitério São Francisco, onde funcionários do Chama prestaram uma homenagem à colega de trabalho.

Nota do hospital

O hospital Chama soltou nota, nesta sexta-feira, afirmando que Priscila Veríssimo, ao contrário do que as reportagens sobre sua morte afirmaram, não era enfermeira, mas sim recepcionista (A Fórum já corrigiu o erro, inclusive no título desta reportagem). O hospital negou ainda que ela tenha se recusado a tomar a vacina, conforme informado por colegas (leia mais abaixo), mas não explicou a razão da funcionária não ter recebido nenhuma dose do imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O município é responsável pelo repasse das doses da vacina para unidades particulares.

O hospital destacou ainda que a funcionária era reconhecida pela excelência nas atividades que desempenhava e lamentou que a memória sobre ela esteja “maculada por notícias que não condizem com a verdade e vinculada a posicionamento político utilizado por aproveitadores”.

“Priscila nunca expôs opinião ou posicionamento político em seu ambiente de trabalho, tampouco realizou qualquer manifestação sobre a eficácia ou não da vacina contra coronavírus”, diz o texto.

Apesar do que diz o hospital, ela compartilhava em suas redes sociais vídeos e imagens envolvendo o nome do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). “Atirar a pedra é fácil, conveniente! Difícil é encarar uma guerra desta! FORÇA SENHOR PRESIDENTE! O tempo mostrará”, escreveu em uma das publicações. Até mesmo em assuntos polêmicos, como o aborto. Veja abaixo:

Não confiava na Coronavac

Colegas de trabalho de Priscila relataram ao UOL que ela optou por não tomar a vacina contra o novo coronavírus, porque afirmava não acreditar e nem confiar na imunização da CoronaVac. Apesar de sites locais afirmarem que a recusa da profissional estar ligada à ideologia política, colegas de trabalho afirmaram as opiniões políticas dela não eram públicas.

“Ela era simpática e tinha personalidade forte, mas nunca ouvi ela falando que apoiava [político] A ou B. O que sabemos é que ela não quis tomar a vacina, porque disse que não acreditava na CoronaVac por ser da China. Estamos muito tristes com o falecimento dela e pedimos que as pessoas respeitem o luto da família”, disse uma colega de trabalho.

Com informações do É Assim

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