O Senado dos EUA rejeitou neste sábado (13/02) o segundo impeachment do ex-presidente norte-americano Donald Trump, efetivamente encerrando o processo político que corria contra ele por incitação à insurreição no caso da invasão ao Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro.
O impeachment teve 57 votos a favor e 43 contrários. Eram necessários 67 votos para impedir Trump e, para chegar a esse número, 17 republicanos deveriam se juntar aos 50 democratas e independentes. No entanto, apenas sete o fizeram.
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, praticamente selou a absolvição de Trump ao anunciar que votaria contra o impeachment. O senador, que até janeiro era líder da maioria, tem bastante influência entre seus companheiros de partido.
Com a absolvição, Trump mantém seus direitos políticos e pode, se quiser, até concorrer a um novo mandato em 2024. O ex-presidente republicano, porém, agora precisa enfrentar uma série de processos judiciais que correm em diversos Estados do país – inclusive, alguns que investigam sua saúde financeira.
Trump, absolvido, fala sobre impeachment
Momentos após a decisão do Senado, o ex-presidente se pronunciou, por meio de nota – ele está banido do Twitter, do Facebook e de uma série de outras redes sociais desde a época da invasão -, e chamou o processo de “caça às bruxas”.
“Essa foi mais uma fase da maior caça às bruxas da história do nosso país. Nenhum presidente jamais passou por algo assim, e ela continua porque nossos oponentes não conseguem esquecer as quase 75 milhões de pessoas, o maior número já obtido por um presidente no cargo, que votaram por nós há apenas alguns meses”, disse o ex-mandatário.
Vale lembrar que o atual presidente, o democrata Joe Biden, obteve mais de 81 milhões de votos populares, o maior número já obtido por qualquer candidato, no cargo ou não.
“Nosso histórico, patriótico e lindo movimento para Tornar a América Grande de Novo só começou. Nos próximos meses terei muito para compartilhar com vocês, e espero continuar nossa incrível jornada juntos para atingir a grandeza americana para todo o nosso povo. Nunca houve nada assim!”, afirmou Trump.
Processo de impeachment de Trump
O processo de impeachment recebeu sinal verde da Câmara no dia 13 de janeiro, sete dias antes de Trump passar o cargo a Biden. Foram 232 votos a favor e 197 contra. Dez republicanos se juntaram a 222 democratas para impedir o presidente, no impeachment com maior apoio bipartidário no passado recente. Quatro deputados não votaram.
No Senado, o processo foi aberto formalmente no dia 9 de fevereiro, já com Biden na presidência. Logo no primeiro dia, os senadores confirmaram a constitucionalidade do impedimento, que poderia continuar correndo mesmo com o republicano já fora da Casa Branca.
Em um documento de 80 páginas, os promotores pediram a condenação de Trump e afirmaram que o ex-presidente cometeu uma “traição sem precedentes históricos” ao discursar aos seus apoiadores pouco antes de eles invadirem o Capitólio.
Leia mais:
Lula. Preta. Quer novidade? Então… toma! Por Flávio Carvalho.