O governo federal pretende eleger para o cadastramento de beneficiários no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais) um aplicativo para celular, similar aquele oferecido para o auxílio emergencial para que os usuários se autocadastrem no sistema. Como justificativa dessa mudança, o Ministério da Cidadania informou para o portal de notícias Uol, que essa mudança pretende reduzir custos no processo de transferência de renda e modificar o estigma de programas assistenciais para aumento de renda.
Pretendem com isso combater fraudes no acesso a programas sociais. No entanto, sabemos que uma serie de pessoas tiveram seus documentos fraudados, e inclusive famílias que teriam acesso ao auxilio não conseguiram concluir o processo, seja por falhas no sistema ou por fraude.
A pergunta que fica é Como um aplicativo que teve uma série de problemas pode ser exemplo para essa mudança que irá influenciar uma serie de famílias?, considerando que existem famílias que nem se quer tem acesso a celulares, não houve nenhum tipo de ponderação a respeito disso e como pode influenciar negativamente o acesso aos programas de assistencia social.
Atualmente o CadÚnico centraliza beneficiarios de uma série de programas sociais como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e BPC (Benefício de Prestação Continuada). A inclusão das famílias ocorre nos Cras (Centros de Referência de Assistência Social) as famílias são entrevistadas por servidores públicos especializados nesse tipo de atendimento, estes aplicam questionários que contém informações como tipo de moradia e renda.
Essa mudança representa um desmonte alarmante de um sistema que atende cerca de 77 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade social, pessoas que enfrentam problemas com acesso à internet, computadores e analfabetismo.