Enem do descaso: Há 9 meses em luta, UBES cobra adiamento e diálogo com MEC

A poucas semanas da prova mais importante para secundaristas, em meio a segunda onda de contágio de Covid-19, governo Bolsonaro não oferece saídas.

Foto: reprodução

A luta estudantil por diálogo e planejamento sobre o Enem 2020 começou assim que o edital da prova foi lançado, em abril do ano passado, sem nenhuma preocupação com a atual pandemia. Diante de inação do Ministério da Educação e incertezas, secundaristas agora se veem sem perspectiva diante da nova data, em meio a nova onda de contágio, e pedem atitudes do MEC. A prova física está agendada para 17 e 24 de janeiro, com 5,7 milhões de inscritos.

“É um absurdo estarmos a 13 dias da prova e ainda não termos nenhum diálogo com o MEC e não vermos nenhuma providência ou preocupação do ministério com a situação que vivemos, num ambiente de crescente contaminação”, afirma Rozana Barroso, presidenta da UBES.

A entidade secundarista vem pedindo providências do MEC há nove meses. O adiamento da prova foi conquistado em 2020 com muita mobilização, mas a estudante explica que não basta: “Não é só sobre datas. Dissemos que era necessário formular como e quando se dão as soluções para os problemas que estudantes estão passando: merenda, internet, ano letivo, protocolos, transporte, verba para estrutura”.

Estudante de um cursinho popular em São Paulo, ela pretende ser a primeira da família numa universidade pública e sabe da importância do Enem para a juventude, principalmente negra e periférica: “Para nós, o Enem e os demais programas de acesso à universidade não podem ser enfraquecidos se utilizando dessa situação. Pela vida das pessoas e para que não haja ainda mais desigualdade entre os candidatos, acreditamos ser inevitável um novo adiamento, com a criação de uma estratégia efetiva para garantia da segurança sanitária, e sem prejuízos para os instrumentos de seleção como o Sisu, ProUni e Fies”.

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