Por Marcelo Hailer.
No último dia 11 de dezembro (sexta-feira), uma obra de arte, cujo título é “Enquadro”, e que estava presente na exposição Insurgentes, como parte do Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea de Porto Alegre (Afpoa), foi censurada e retirada da mostra.
De autoria do artista plástico Santiago Pooter, a obra consiste em uma fotografia de um Boletim de Ocorrência (B.O) acompanhado de duas definições de dicionário impressas. A justificativa para a remoção da obra foi de que ela desrespeitava a Lei de Proteção de Dados, pois, os dados de um policial estavam visíveis.
Por meio do seu perfil nas redes sociais, Pooter declarou que o seu trabalho “foi silenciado” e que não teve a oportunidade de negociação. “Meu trabalho foi silenciado e não tive nenhum suporte, seja da Coordenação de Artes Plásticas, seja da Aliança Francesa. Ambas as instituições se posicionaram, ou melhor, não se posicionaram ao meu lado e também ao lado da arte”, criticou o artista.
Santiago também explicou as motivações de sua obra. “Enquadro é desdobramento de um compilado de vivências minhas. Fala de mim, sobre a sociedade, sobre ideias e implicações onde minha produção opera, neste caso, entre a poética e o crime. Parte desta instalação é composta por um Boletim de Ocorrência, realizado em 2019, ocasião na qual fui denunciado durante uma intervenção artística na rua, apreendido por dois Guardas Municipais e levado para a Delegacia Civil”, explica Pooter.
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Aliança Francesa de Porto Alegre emitiu um comunicado onde afirma que está buscando, junto com o artista, uma solução para o caso e disse não apoiar nenhum ato de censura. “A Aliança Francesa preza pelo diálogo e jamais compactuou com qualquer tipo de censura, mas respeita a lei, as liberdades e direitos individuais, de artistas e cidadão em geral”, disse em nota a Aliança Francesa.
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