Caracas (Prensa Latina) O destacado político e jornalista venezuelano José Vicente Rangel morreu aqui hoje, aos 91 anos, em consequência de uma parada cardiorrespiratória, informou sua família por meio da rede social Twitter.
Nascido em Caracas em 10 de julho de 1929, Rangel desenvolveu uma intensa carreira política durante a segunda metade do século 20 em cargos ligados à esquerda.
Lutador contra a ditadura de Marcos Pérez Jiménez (1952-1958), teve que fugir para o exílio e após seu retorno ao país ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados entre 1961 e 1986 por cinco mandatos consecutivos.
Rangel ganhou fama de investigador zeloso por abordar questões que antes poderiam ser classificadas como intocáveis, como as relacionadas à compra de equipamentos militares, razão pela qual se destacou sua participação no parlamento.
De suas investigações surgiu uma de suas obras mais reconhecidas, Expediente Negro (1972), na qual capturou e desenvolveu as violações de direitos humanos ocorridas na Venezuela nas décadas de 1960 e 1970, noticia o jornal Últimas Notícias em sua edição digital.
Da mesma forma, nas décadas de 1970 e 1980 apresentou sua candidatura às eleições presidenciais em diversas ocasiões, representando o Movimento ao Socialismo e os partidos do Movimento Eleitoral Popular.
Após a chegada ao poder de Hugo Chávez (1954-2013), Rangel passou a ter altas responsabilidades no Governo, ocupando a Vice-Presidência Executiva da República, a pasta de Relações Exteriores e o Ministério da Defesa, o primeiro civil a assumir esta investidura em décadas.
Concedido em 2015 com o Prêmio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar, em reconhecimento ao seu trabalho jornalístico e seu legado de comunicador incisivo e pesquisador tenaz, dirigiu por muitos anos o programa de entrevistas e opinião política José Vicente Hoy, transmitido pelo canal Televen.
Entre seus entrevistados, o comandante Hugo Chávez, cujos encontros foram registrados no volume De Yare a Miraflores, o mesmo subversivo, se destacou em diversas ocasiões.