O serviço de logística reversa do lixo eletrônico no Brasil ainda não foi absorvido pela maioria dos fabricantes, conforme determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
“Temos empresas que já oferecem o serviço de logística reversa de [equipamentos] eletrônicos, e temos empresas que ainda não fazem”, disse André Vilhena, diretor do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).
Segundo ele, a recomendação do Cempre aos consumidores é que, no ato da compra, além de qualidade e preço, “ele inclua no critério de compra uma opção que a empresa dê para o fim da vida útil do aparelho”.
Se o fabricante já oferece o serviço, o consumidor terá, ao final da vida útil do aparelho, a opção de devolvê-lo a uma rede autorizada ou encaminhá-lo por correio, com porte pago.
As informações normalmente estão disponíveis através do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa ou no manual de instruções do produto.
Para os recicladores, as universidades de São Paulo (USP) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) oferecem treinamentos que orientam e habilitam quem trabalha no ramo de comércio de sucata no manuseio dos equipamentos eletroeletrônicos.
Descarte de aparelhos elétricos e eletrônicos
Os programas oferecidos variam hoje de acordo com a característica do equipamento eletroeletrônico, como computadores, pilhas e telefones celulares.
Em relação aos celulares, todas as operadoras já recebem aparelhos e carregadores nos próprios pontos de venda. Os produtos são encaminhados depois para reciclagem no Brasil ou no exterior.
As pilhas e baterias, que contêm metais pesados, já contam com diversos postos de coletas em todo o país. Esse material não pode ser descartado junto com o lixo doméstico.
A maioria dos equipamentos eletrônicos que chega ao fim de sua vida útil tem valor econômico, por conterem metais valiosos e raros.
Na fabricação de computadores e celulares, por exemplo, são usados vários metais, entre os quais ouro, prata, gálio, índio, chumbo, cádmio e mercúrio, todos recicláveis e com mercado garantido.
Por outro lado, alguns, como o cádmio, são agentes cancerígenos. Já o chumbo prejudica o cérebro e o sistema nervoso, o que realça o cuidado que o consumidor deve ter em seu descarte correto.
Estatísticas sobre lixo eletrônico
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o mundo produz entre 20 a 50 milhões de toneladas métricas de lixo tecnológico todos os anos.
Não existem ainda estatísticas sobre o descarte de lixo eletroeletrônico no Brasil.
O único levantamento feito até agora, realizado em 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU), focou apenas a cidade de Belo Horizonte.
Com informações da Agência Brasil e http://www.inovacaotecnologica.com.br/.