Sob risco de colapso, governo do RJ anuncia abertura de mais de mil leitos para covid

Na região metropolitana do Rio, 172 pessoas aguardavam por um leito de UTI do SUS até a quarta-feira (2)

Foto: Pixabay

Com o aumento do número de casos, internações e risco de colapso nas redes pública e privada do Rio de Janeiro, a Secretaria estadual de Saúde informou nesta quinta-feira (3) que serão abertos mais 1.053 leitos de UTI e 126 leitos com suporte ventilatório nas nove regiões do estado.

O anúncio foi feito durante a audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com o secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Carvalho, a medida se dará através de uma nova resolução para pagar leitos custeados pelo estado entre dezembro deste ano e fevereiro do próximo ano.

A publicação da resolução está prevista para a próxima sexta-feira (4). O valor projetado é de R$ 157 milhões.

“Não estava ocorrendo o pagamento dos leitos destinados à covid-19 nos municípios, além da capital”, lamentou o secretário durante a audiência se referindo à gestão anterior. Carvalho assumiu a secretaria em setembro deste ano.

Colapso

Na última quarta-feira (2), o projeto MonitoraCovid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou uma nota técnica apontando que o sistema de saúde fluminense estava perto de entrar em colapso com o aumento no número de casos e internações.

Segundo o levantamento, na região metropolitana do Rio, 172 pessoas aguardavam na fila por um leito de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) até a última quarta (2). A taxa de ocupação das unidades intensivas na rede privada chegou a 98%.

No mesmo documento, a Fiocruz alertou que os números de óbitos por covid-19 na cidade do Rio também preocupam. Durante boa parte da pandemia, o município ficou atrás de São Paulo, capital, no índice de mortes diárias. Nas últimas duas semanas, o quadro se inverteu — são 60 óbitos no Rio, frente a 35 na capital paulista, que tem quase o dobro da população carioca.

A instituição ainda chamou atenção para o fato de que o Rio pode retomar o padrão de transmissão da doença observados no início da pandemia.

Alexandre Telles, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado (SINMED-RJ), lembrou durante a audiência que a capital vive um momento de desmonte da atenção primária e que isso afeta também o controle da pandemia.

 “Há uma redução de 70% para menos de 50% na cobertura. Nesse momento de aumento de casos, essa cobertura vai fazer falta”, lembrou.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse.

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