Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
Depois da chuva de ontem, o dia amanheceu finalmente, mas, está triste. A dona Maria encantou e a gente nem conseguiu ter mais um momento com ela. Sabem, a dona Maria foi a pessoa que nos recebeu em sua casa, sempre convidava para entrar, sentar, tomar um chimarrão. Dizia ela na saída: “Mas já vão? É cedo ainda”. Ela sempre cobrava a visita de quem por tempos, não aparecia na Pedreira.
Foi a mulher trabalhadora que sempre tinha um espaço para a gente, desde a primeira edição do Jornal dos Trabalhadores e Trabalhadoras feita em São Miguel do Oeste. Inclusive, a primeira matéria que realizamos para esse jornal no interior, foi feito na comunidade da Pedreira.
Mais tarde, vieram outras edições e dona Maria participou da matéria: “Velhice: tratamento descartável”, falando sobre o direito ao atendimento preferencial. Lúcida, sabia ela que a vida nunca foi tão justa assim para os moradores da comunidade, não era de negar a palavra quando tinha que defender os seus.
Sei que tem gente chorando baixinho hoje, quase em silêncio, então, só posso dizer: seja acolhida na luz, dona Maria, a equipe do Portal sente muito. Aqui do interior, as meninas que tu acolheu em casa, e que são militantes da Pastoral da Juventude do Meio Popular e Pastoral da Juventude Rural, agradecem por terem tido a possibilidade de conhecê-la.
Nosso carinho e solidariedade aos familiares.