Por Roberto Antônio Liebgott, para Desacato. info.
Nós, no Brasil, temos alguns graves problemas sociais e políticos a enfrentar daqui por diante. Há uma parcela da sociedade, e grande, que se alinha às ideias e ideologia da direita corrupta e totalitária. As pessoas pensam, agem e querem ser iguais aos políticos que as representam. Há, ainda, àqueles que não se importam com os outros, não se sentem tocados pela dor dos outros e pelas desigualdades, muito menos tem preocupação com as eleições, porque sentem-se superiores a tudo ou ignoram a tudo.
E há um problema de natureza cognitiva, já que significativas parcelas das pessoas não sabem votar por ignorância ou porque pensam que político e política é tudo igual, portanto, vota-se pela tendência hegemônica ou pela oportunidade imediata de ganhar algo em troca do voto.
Diante desse contexto social, há muito trabalho a ser feito e, me parece, que esse serviço não pode ser realizado às vésperas de eleições. Há a necessidade de investimentos, por longos períodos, na formação militante e na mística do Bem Viver. Será necessário uma, quase, revolução no modo de pensar e projetar a vida e o futuro.
Mas, de todo modo, temos no Brasil uma juventude engajada na luta por uma sociedade diversa, plural e que respeita o modo de ser, viver e os costumes uns dos outros. Essa juventude sonha e quer uma sociedade mais justa.
Os jovens politizados, compondo com movimentos sociais e populares, do campo e das cidades, com as comunidades tradicionais, povos originários e com grupos sociais de base, podem ajudar a planejar os caminhos da solidariedade.
Penso que as eleições, apesar de sinalizarem para o fortalecimento dos partidos tradicionais de direita e que se alinham perfeitamente com os extremistas e fundamentalistas, nos indicam que há esperança. Ou seja, eles não nos roubaram o sonho e nem o direito de sonharmos.
Seguiremos na luta e na esperança!
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Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.
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