Ação do Carrefour já vale mais do que na véspera do assassinato de João Alberto

Foto: Marcelo Pinto / Fotos Públicas

As ações do grupo Carrefour no Brasil (chamado Atacadão) tiveram uma considerável valorização de 3,6% nesta segunda-feira e já valem mais do que na véspera do assassinato de João Alberto Freitas, espancado até a morte nas dependências de uma loja da rede de supermercados, no último dia 19.

A morte de Freitas desencadeou uma série de manifestações contra o grupo e, consequentemente, uma queda no preço de suas ações, que chegaram a cair mais do que 5% na última segunda-feira (23).

Hoje, uma semana depois da queda, os papéis foram na contramão do Ibovespa (que caiu 1,5%) e recuperaram o valor que tinham um dia antes do trágico incidente.

Como “resposta” às manifestações que acusaram a rede de racismo, o Carrefour anunciou, na última segunda, a criação de um fundo de R$ 25 milhões para promover a inclusão racial e combater o racismo no Brasil.

O impacto financeiro do tal fundo nas contas do grupo é mínimo. Só em 2020, cinco diretores receberam cerca de R$ 48 milhões. O lucro da rede, em 2019, foi de R$ 1,3 bilhão.

Uma rede de supermercados é, obviamente, dependente de manter seu público ativo em suas lojas. A preocupação do Carrefour com isso fica clara em documento divulgado ao mercado no início do ano.

“Eventual publicidade negativa que prejudique significativamente a reputação de uma ou mais de nossas marcas poderá ter um efeito negativo sobre o valor de todas as nossas marcas”, diz o documento.

A previsão se comprovou correta. A “publicidade negativa” levou a um problema financeiro e o valor de mercado da empresa caiu.

Hoje, no entanto, os papéis tiveram forte recuperação e já valem mais do que no último dia 18, sendo vendidos por R$ 20,11.

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