Por Plinio Teodoro.
Responsável pela investigação do apagão que deixou pelo menos 14 das 16 cidades do Amapá às escuras desde o dia 3 de novembro, o Operador Nacional do Sistema (ONS) comparou o megablecaute com a queda de um avião e aponta falhas múltiplas, sem citar diretamente a empresa privada Gemini Energy como culpada pelo caso.
Às 8h12 desta terça-feira (24), a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e o governo Jair Bolsonaro anunciaram que a energia que “100% do fornecimento de energia elétrica no Estado do Amapá foi restabelecido com a energização do 2o transformador na subestação Macapá”.
100% do fornecimento de energia elétrica no Estado do Amapá foi restabelecido com a energização do 2o transformador na subestação Macapá nesta terça-feira (24/11).#MissãoAmapá #MME #prioridade
— Ministério de Minas e Energia (@Minas_Energia) November 24, 2020
Segundo o Relatório de Análise de Perturbação (RAP), da ONS, divulgado em reportagem de Rafael Bitencourt, na edição desta terça-feira (24) do Valor Econômico, o apagão no Amapá está relacionado com “contingência múltipla”, que se assemelha à panes generalizadas que resultam na queda de aviôes comercias.
De acordo com o Valor, o estudo cita uma sequência de “perturbações” que começou às 20h48 do dia 3 em uma “bucha danificada”, que teria causado a explosão do transformador TR2.
A explosão teria provocado, segundo a ONS, uma sequência de “perturbações” que se estendeu por quase 24 horas, causando a “degradação da frequência e tensão neste sistema”.
Nas informações divulgadas pelo Valor, não consta nenhuma responsabilização direta à empresa Gemini Energy, controlada pelos fundos de participação Starboard e Perfin. A empresa privada não havia ligado o terceiro transformador, que serviria de backup para casos como o ocorrido no início do mês.