A Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça-feira 17, mandados de busca e apreensão contra o bolsonarista Oswaldo Eustáquio. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar do blogueiro por desrespeito a uma decisão da Corte. A informação foi publicada inicialmente pela TV Globo.
A assessoria de imprensa do blogueiro confirmou a operação da PF. “Oswaldo Eustáquio está sendo conduzido à Superintendência da Polícia Federal com mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. Aparentemente a motivação foram as denúncias da trama do golpe de Luciano Bivar (PSL) e o laranjal de Guilherme Boulos”, diz a nota publicada nas redes sociais.
A ação da PF se dá no âmbito da investigação, no STF, sobre a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, inquérito relatado por Moraes. Em 26 de junho deste ano, o ministro determinou a prisão temporária de Eustáquio por entender que havia risco de fuga. Ao reverter a prisão, no dia 5 de julho, Moraes estabeleceu condições a serem respeitadas por Eustáquio. Entre elas, estavam a proibição do uso de redes sociais e a necessidade de autorização judicial para deixar o Distrito Federal.
Na semana passada, a Justiça Eleitoral decidiu que o Google deveria retirar do ar um vídeo em que Eustáquio faz acusações contra o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos. Na decisão, o juiz Emílio Migliano Neto, da 2ª Zona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), escreve que o conteúdo é “sabidamente inverídico”.
“O representado, que se identifica como jornalista investigativo, reitera as gravíssimas imputações que já tiveram sua falsidade reconhecida por esta Justiça especializada”, escreveu o juiz.
Foi a segunda decisão tomada na mesma semana pelo magistrado contra o blogueiro. Na primeira, em que a Justiça também determinou que o Google retirasse do ar um vídeo de Eustáquio contra Boulos, o juiz sustentou que o caso revela “um estratagema altamente reprovável” contra o candidato do PSOL.
“O cenário delineado pela matéria produzida pelo representado [Eustáquio] não encontra lastro nem sequer em indícios, como demonstrado de forma contundente na sua inicial pelo ora representante, sendo refutado pontualmente, permitindo-se, sem temor, de ser adjetivado de sabidamente inverídico”, escreveu o magistrado.
No fim da semana, Migliano Neto mandou suspender o canal de Eustáquio no YouTube após o blogueiro continuar a atacar Boulos. “Ambos os vídeos veiculados no canal pessoal do ora representado (Oswaldo) e questionados por meio da presente ação utilizam trechos inteiros dos outros dois vídeos, cuja retirada do ar já foi determinada por este mesmo Juízo Eleitoral, e o que ainda é mais grave, utilizam trechos de vídeo feito pelo candidato Celso Russomanno com os mesmos fatos e veiculado por meio da plataforma WhatsApp às vésperas da realização das eleições municipais”, afirmou o juiz.