A pandemia afetou a África de uma forma diferente. A pandemia está afetando outros serviços vitais de saúde no continente, pois que os países são forçados a redirecionar recursos, que já são poucos. A informação foi dada pelo chefe regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com mais de um bilhão de pessoas, o continente não amargou as piores consequências da Covid-19, com taxas de mortalidade e infecções relativamente mais baixas do que em outros lugares.
A África registrou pelo menos 1,8 milhão de casos, com 43.700 mortes, de acordo com a OMS.
A análise da OMS é de que o Covid-19 está afetando demais outros serviços de saúde. Os bloqueios impostos pelos países para deter a disseminação do vírus em maio, junho e julho contribuíram para uma queda de mais de 50% nos serviços monitorados pela OMS.
De janeiro a agosto, mais 1,3 milhão de crianças menores de um ano perderam as primeiras doses da vacina contra o sarampo, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Na Nigéria, por exemplo, mais de 362.000 mulheres grávidas faltaram ao atendimento pré-natal entre março e agosto.
Em agosto, houve 310 mortes maternas em unidades de saúde, quase o dobro do número registrado na mesma época em 2019, acrescentou ela.
Matshidiso Moeti , diretor da OMS para a África, disse que o Covid-19 não está sobrecarregando as instalações de saúde africanas, mas sim os sistemas de saúde já com seus recursos limitados.
Moeti disse que as campanhas de imunização contra o sarampo e a poliomielite foram reiniciadas, mas é necessário fazer mais para proteger os ganhos obtidos nos anos anteriores na melhoria do acesso aos serviços de saúde e resultados no continente.
