Antes da pandemia já eram denunciadas as condições precárias que os entregadores de aplicativo trabalham, que não são reconhecidos como trabalhadores, que não têm seguro de saúde, que qualquer acidente laboral é responsabilidade dele, mas, sobretudo, que seu trabalho deixa milionários lucros às empresas de aplicativo.
Agora, em 12 países ao redor do globo, estes trabalhadores convocaram uma paralisação para que sejam reconhecidos como trabalhadores e em defesa de todos os direitos trabalhistas, contra as condições de insegurança e risco que trabalham.
Isto deixa claro a vontade de milhões de trabalhadores precarizados de ter um melhor futuro, um emprego digno, direito à moradia e sobretudo, que o nosso trabalho não custe a nossa vida. 7
O exemplo que hoje os entregadores de APPs dão é o caminho que todos os trabalhadores de fast food, lojas de autoserviço, telemarketing, dentre demais setores precários, devemos seguir. Somente organizados de maneira ampla, democrática e independente do governo é que poderemos conquistar nossos direitos trabalhistas.
Na Argentina existe a “Red de Trabajadorxs Precarizadxs” (Rede de Trabalhadores Precarizados, traduzido do espanhol), uma das organizações que convocou o dia de hoje e disse que “neste 8 de outubro temos muitos motivos para sair às ruas. Enquanto o governo avaliza a fraude dos aplicativos, nós trabalhamos sem direitos. Saímos às ruas para que os entregadores da Glovo passem com todos os direitos à PedidosYa. Somos trabalhadores, não colaboradores!”.
Este 8 de octubre tenemos muchos motivos para salir a las calles.
Mientras el gobierno avala el fraude laboral de las Apps nosotros trabajamos sin derechos, salgamos para que los repartidores de Glovo pasen con todos los derechos a Pedidos Ya.
Somos trabajadores,no colaboradores! pic.twitter.com/Zb92yceEGL— La Red de Trabajadorxs Precarizadxs (@Redprecarizadxs) October 2, 2020
No México, o Movimento Nacional contra a Precarização laboral e as Demissões (MONAPRED, traduzido para o português) chamou todos a acompanharem essas mobilizações de maneira ativa, pois não é somente uma luta de um setor por suas reivindicações, e sim é a luta de milhões contra a precarização do trabalho.
No Brasil aconteceram paralisações dos entregadores de aplicativo nos últimos meses que foram bastante importantes para a luta por mais direitos e condições trabalhistas. Há poucos meses foi levantada a União dos Trabalhadores Precarizados que organiza diversos setores de várias regiões do país. Para conhecer mais e participar, entre em contato pelo Whatsapp: (11) 951662225.