Prensa Latina.- O poeta brasileiro Thiago de Mello doou hoje os honorários que receberia por participar da I Bienal do Livro do Amazonas à causa pela libertação dos cinco antiterroristas cubanos, presos injustamente nos Estados Unidos.
Em declarações à Prensa Latina por telefone desde Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas, Mello ressaltou que seu gesto não é pessoal, mas sim da poesia brasileira e que o mesmo busca criar consciência para que muito mais pessoas se somem à batalha pela libertação de Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, René González, Ramón Labañino e René González.
Explicou que pediu à empresa Fagga/GL Exhibitions, organizadora da I Bienal, que deposite na conta dos Cinco – como são conhecidos no mundo -, no Banco Financeiro de Cuba, o dinheiro que receberia por suas conferências e por um recital no evento do livro, que iniciou-se hoje e deve terminar no dia 6 de maio.
Nascido em Barreirinha, um município do interior de Amazonas, no dia 30 de março de 1921, Thiago de Mello é um dos poetas mais influentes e respeitados do Brasil, reconhecido como um ícone da literatura regional. Algumas de suas obras foram traduzidas para mais de 30 idiomas.
Mello tornou público o anúncio de sua doação à causa dos Cinco durante a inauguração do encontro, ao participar de um Tacacá Literário – em homenagem a um prato típico amazonense – sobre a importância da leitura no fortalecimento da cidadania.
Afirmou que ao revelar sua decisão recebeu um caloroso aplauso dos presentes e então pediu-lhes que utilizem todas as vias possíveis para pressionar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a libertar e permitir o regresso a Cuba dos cinco cubanos, lutadores contra o terrorismo.
O poeta, um dos milhares de brasileiros presos durante a ditadura militar (1964-1985), afirmou que sua doação é uma modesta contribuição à campanha mundial que se desenvolve no mundo para acabar com a injusta prisão a qual foram submetidos os cinco cubanos, que já dura quase 14 anos.
Depois de assegurar que leva Cuba em seu coração, o afamado poeta amazonense afirmou que a melhor notícia é que, ao conhecer seu gesto, a editora de seus livros manifestou sua disposição de seguir seu exemplo e fazer também uma contribuição à causa dos antiterroristas.
Os Cinco foram presos no dia 12 de setembro de 1998 na cidade estadunidense de Miami. Um processo irregular celebrado ali condenou-os em 2001 a sentenças que vão até a dupla prisão perpétua mais 15 anos.
Personalidades e organizações mundiais têm defendido estes lutadores, que apenas vigiavam atividades extremistas de grupos violentos de origem cubana em Flórida para alertar seu país sobre ações terroristas.