Do Globo.-A força-tarefa da Lava-Jato está nas ruas na manhã desta quarta-feira para cumprir mandados de busca e apreensão contra escritórios de advocacia que teriam sido usados para desviar ao menos R$ 151 milhões do Sistema S do Rio, composto pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio (Fecomércio-RJ), Sesc e Senac entre 2012 e 2018, sem comprovar o serviço prestado. O objetivo dos desvios era montar uma blindagem que mantivesse o empresário Orlando Diniz no comando das entidades.
A operação denominada E$quema S, uma parceria do Ministério Público Federal (MPF) com a Polícia Federal (PF) e Receita Federal, faz busca e apreensão em 50 endereços no Rio, São Paulo e Brasília, incluindo as firmas dos envolvidos e outros escritórios e empresas, porque além dos valores desviados há suspeita de malversação de mais R$ 200 milhões.
Entre os alvos está o escritório Teixeira, Martins Advogados, do advogado Roberto Teixeira, sócio de Cristiano Zanin Martins, o responsável pela defesa criminal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além deles, os escritórios da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, Eduardo Martins, Ana Tereza Basilio, Tiago Cedraz e Cesar Asfor Rocha também estão entre os investigados.
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PS: O escritório Teixeira, Martins Advogados prestou, efetivamente, serviços de auditoria para a Fecomércio, conforme documentos já encaminhados para o Ministério Público.
O caso lembra outra ação abusiva da Lava Jato, no início de 2016, quando o telefone do escritório de Zanin foi monitorado, contra dispositivo legal que protege a advocacia, um dos pilares do estado democrático de direito.
Na época, o juiz Sergio Moro foi alertado de que o número cuja interceptação tinha autorizao pertencia a escritório de advocacia. Ainda assim, ele manteve a escuta.
Nada de ilegal foi encontrado nesse monitoramento, exceto a autorização em si, dada por um juiz. Este é um dos argumentos que fundamentam o HC sobre a parcialidade de Moro, em julgamento na Segunda Turma do STF.
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