Cuba envia 212 médicos à Venezuela para combater o novo coronavírus

A Venezuela vive o momento mais crítico da pandemia com 33.755 casos registrados e 281 mortes pela covid-19.

Foto: EPA/AMPE ROGERIO / LUSA

Por Michele de Mello.

No último domingo, 16, um avião com 212 médicos cubanos aterrissou na Venezuela para apoiar no combate à pandemia da covid-19. A brigada foi recebida pelo chanceler Jorge Arreaza, o ministro de Saúde Carlos Alvarado e o embaixador cubano, Dagoberto Barrera no aeroporto internacional Simon Bolívar, estado La Guaira.

Segundo o ministro de Saúde venezuelano, atualmente existem 500 profissionais de Cuba atendendo pacientes com o novo coronavírus. A expectativa é que até setembro cheguem novos grupos totalizando mil colaboradores.

Atualmente, cerca de 20 mil cubanos trabalham no sistema de saúde venezuelano, através de programas sociais como a Missão Bairro Adentro, que abriu Centros de Diagnóstico Integral nas comunidades periféricas do país; e Missão Milagre, pela qual foram realizadas 6 milhões del cirurgias oculares nos últimos 16 anos.

“Isso é o que eles [Hugo Chávez e Fidel Castro] construíram, sonharam. Os povos de Cuba e Venezuela estão tornando realidade esses sonhos dos nossos comandantes”, afirmou o chanceler Arreaza.

A Venezuela vive o momento mais crítico da pandemia com 33.755 casos registrados e 281 mortes pela covid-19.  A maioria dos casos se concentram na capital Caracas, com 8.722 doentes.

Por isso, a maioria dos profissionais será enviada para o Distrito Capital, a fim de conter a demanda. Na Venezuela, mais de 90% dos pacientes são tratados pelo sistema público de saúde. Desde o início de agosto foi aberto um hospital de campanha, no complexo esportivo Poliedro, com 1,2 mil leitos.

Também foram habilitados alojamentos para o tratamento de infectados com o novo coronavírus nas bases de Grandes Missões, com capacidade para atender mais 6 mil venezuelanos.

No estado Miranda, o segundo maior foco de contágios com 4.905 casos, habilitou 3.500 leitos em 21 municípios.


O novo contigente aterrissou na noite de domingo, no aeroporto internacional Simon Bolívar, cerca de 30km de Caracas. / Leonel Retamal / Telesur

Já a ilha caribenha acumula 3.116 casos positivos, sendo que 2.620 pacientes já receberam alta, representando uma taxa de recuperação de 79%. Além disso, 88 pessoas faleceram, uma das menores taxas de mortalidade da região.

A biomedicina cubana também foi responsável pela criação do Interferón Alfa 2B, medicamento com efetividade de cerca de 80% no tratamento de pacientes com o vírus Sars-Cov2. Em todo o mundo, 45 países solicitaram o remédio. O anti viral é um dos três fármacos cubanos distribuídos em kits pelo governo bolivarino aos pacientes na Venezuela.

Além da relação bilateral frutífera com a Venezuela nos últimos 17 anos, o governo e o povo cubano dão exemplo de solidariedade em todo o mundo. Atualmente, 38 países contam com cerca de 3.700 médicos da Brigada Henry Reeve, apoiando as equipes de saúde que combatem a pandemia.

No entanto, ao todo, 58 países contam com o trabalho de profissionais cubanos. Por isso, nesse ano, há uma campanha internacional em defesa do Prêmio Nobel 2020 aos médicos cubanos.

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