Gera repulsa repetir as mesmas críticas adornadas por novos exemplos de crueldade que este governo corrupto e genocida comandado pelo “Messias da burguesia”. Dessa vez, o investidor, camuflado de ministro da Fazenda, Paulo Guedes tentou usar o FUNDEB como forma de atacar o fundo público mais uma vez. Como o FUNDEB está imune ao teto de gastos imposto pela PEC 95, que congela os gastos sociais por 20 anos, ele é o novo alvo.
Às vésperas da votação da PEC 15/2015, que amplia de 10 para 20% a complementação do governo federal sobre o FUNDEB, o governo propôs que saia dessa ampliação do FUNDEB um vale-creche, que repassa R$250,00 por família beneficiária do Programa Bolsa Família, rebatizado como Renda Brasil, para custear o pagamento de creches particulares. A cartilha neoliberal-privatista pregada pelo Banco Mundial (representante das grandes corporações) é cumprida com esmero pelo governo de Guedes, afinal é ele quem manda, Bolsonaro apenas distrai a platéia com a cloroquina e outras bobagens.
O que entristece é perceber que a pandemia da COVID-19 possui uma taxa de letalidade que chega a ser o dobro nas regiões com alta e altíssima concentração de favelas com relação aos bairros sem favelas, no Rio de Janeiro (RJ), segundo dados da FIOCRUZ. Ainda segundo a publicação, a doença é mais letal em homens do que em mulheres e na população negra de territórios periféricos.
A Pandemia passou por uma periferização que evidencia as injustiças no acesso a testes e cuidados em saúde para as po9pulações das favelas. Os locais com sistemas de saúde mais estruturados oferecem mais acesso à testagem, o que possibilita um melhor atendimento e planejamento de política pública.
A baixa infraestrutura hospitalar e redes de saneamento básico e água precárias, além dos obstáculos populacionais para se cumprir o distanciamento social, como nos bairros Complexo do Alemão, Jacarezinho, Acari, Rocinha, Costa Barros, Vidigal e Barros Filho tornam a velocidade de contaminação extremamente desigual. As regiões consideradas de altíssima concentração de favelas, apresentam uma taxa de letalidade de 19,5%. Isso é o dobro dos bairros que não têm favelas (9,2%) e acima da taxa de letalidade do município (11,7%).
Florianópolis
Na ilha, percebe-se uma gestão insana da crise, pois ao se analisar a relação entre o potencial de propagação do vírus SARS-CoV-2 e a tomada de decisão do governo municipal quanto ao distanciamento social fica evidente um total descompasso entre as orientações epidemiológicas e a tomada de decisão de Gean Loureiro. No momento em que o número de casos no município aumentou de cerca de 25 casos novos/dia para mais de 150 a prefeitura manteve a flexibilização do isolamento como se nada estivesse acontecendo.
Essa é uma evidência de que é necessário maior alinhamento entre a tomada de decisão e a situação epidemiológica, de forma a possibilitar o controle da epidemia. Estratégias de supressão têm alcançado bons resultados, como os observados na Nova Zelândia.
Na mesma tocada do obscurantismo que nega a ciência, o governo federal brasileiro tem sido alvo de fortes críticas internacionais por diversos entraves colocados à implementação de medidas não farmacológicas. Estados e municípios precisaram recorrer ao Supremo Tribunal Federal do Brasil para terem o direito assegurado de implantá-las.
O povo brasileiro e de Florianópolis está sendo assassinado, humilhado e explorado mais do que nunca nesse mix de desgoverno com pandemia, a classe trabalhadora precisamos nos organizar para frear essa situação.
Douglas Francisco Kovaleski é professor da Universidade Federal de Santa Catarina na área de Saúde Coletiva e militante dos movimentos sociais.
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