A comunidade Mbya Guarani Pindó Poty, localizada no Bairro Lami, Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, vem a público para denunciar que, sua já diminuta área terra, vem sendo invadida por pessoas estranhas e que estas construíram casas de moradia, bem como utilizam o espaço para depósito de carros, equipamentos velhos, máquinas de lavar roupas e outros utensílios.
A área Pindó Poty teve o procedimento de demarcação iniciado no ano de 2012, pela Funai e, de acordo com informações do órgão indigenista, os estudos de identificação e delimitação da terra foram concluídos e neles se comprova a tradicionalista da ocupação da terra pelos Mbya. No Lami, onde os Mbya vivem, foi sendo denominado de acampamento porque as habitações sempre foram improvisadas e sem saneamento básico. O Poder Público não manifestou preocupação em atender as famílias que lá viviam. Só muito recentemente, depois da pressão das organizações de luta e resistência dos Mbya, foi que a Funai, Sesai e outros órgãos passaram a atender a comunidade.
Há registros da presença e existência da aldeia, na área em demarcação, há mais de 60 anos. Lamentavelmente desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República as demarcações de terras foram paralisadas, o que vem gerando consequências dramáticas na vida das comunidades, já que as terras estão sendo cotidianamente invadidas e depredadas. Além disso, essa situação gera insegurança jurídica e submete as famílias a vulnerabilidade, dado que não conseguem usufruir de seus espaços de produção de alimentos e para realização das atividades culturais e religiosas.
A comunidade requer a presença dos agentes da Funai no local e que se proceda a imediata remoção dos invasores.
Comunidade Mbya Guarani Pindó Poty, Porto Alegre, RS, 21 de julho de 2020.