O presidente Donald Trump está com sua reeleição ameaçada, em especial após os protestos nos Estados Unidos que reivindicam políticas antirracistas no país. Na avaliação do professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Gilberto Maringoni, o candidato democrata Joe Biden é o favorito.
Nesta segunda-feira (8), o canal estadunidense CNN publicou uma pesquisa com a opinião popular. Segundo o levantamento, o apoio a Trump é escasso fora de seu próprio partido. Entre os que se dizem independentes, 52% dizem que apoiam Biden para a presidência, enquanto 41% votariam em Trump.
“Apesar da eleição ser definida no colégio eleitoral, essa diferença pesa. Se a eleição fosse feita hoje, o atual presidente perderia, porque a curva está muito descendente. Em cinco meses, é possível virar, mas improvável”, avalia Maringoni, em entrevista a Glauco Faria no Jornal Brasil Atual.
A pesquisa da CNN também mostra que a população não concorda com a forma com que Trump lidou com os protestos. 63% desaprovam as respostas do presidente. Além disso, 57% dos americanos estão descontentes com o mandato atual.
Caso George Floyd
Os protestos antirracismo nos Estados Unidos acontecem há 15 dias, após o assassinato de George Floyd por um policial branco. A atual onda de manifestações é considerada a maior desde a morte de Martin Luther King.
Gilberton Maringoni explica que a morte do segurança negro foi o estopim para uma população vítima do racismo diário. “Em um mês, eles perderam seis milhões de empregos, afetando ainda mais a população negra norte-americana. Havia uma tensão de anos lá por causa do racismo estrutural, a pandemia acentuou isso e a morte de George Floyd foi o gatilho. É um grito de revolta que já estava latente.”
A onda de protestos também reforçou a pressão sobre Joe Biden para escolher uma mulher negra como companheira da chapa democrata que enfrentará o presidente Donald Trump. A senadora Kamala Harris desponta como a favorita.
Para o professor, Joe Biden não era o melhor candidato democrata nesse momento e o nome da senadora é um contraponto a ele. “Para essa situação explosiva, Biden é um candidato branco, conservador e nunca foi a favor dos movimentos civis. Então, ele precisa de uma vice que dê uma cara mais social aos apelos da população.”