Ativistas da “Bem-vindos à Palestina” devem assinar termo ao chegar em Israel
No marco da campanha “Bem-vindos à Palestina 2012”, que será realizada entre os dias 15 e 21 de abril, as autoridades israelenses estão obrigando os ativistas que chegam ao país a assinar um documento para se comprometerem a não participar de nenhuma “atividade pró-palestina”, informaram neste domingo os organizadores.
“Estabeleceram um novo procedimento ilegal no aeroporto israelense que obriga os passageiros a assinar um documento especificando que não vão entrar em contato e nem trabalhar com integrantes de nenhuma organização pró-palestina”, denunciou o ativista palestino Mazim Qumsiyeh em comunicado.
“Imaginem a África do Sul e os Estados Unidos exigindo aos visitantes que assinem compromissos de trabalhar e não entrar em contato com nenhum integrante de organizações pró-negros”, acrescenta a nota.
Além do comunicado, os organizadores da campanha também divulgaram a imagem do documento com o logotipo do Ministério do Interior israelense entregue a um ativista sueco no aeroporto de Ben Gurion, o mesmo que obrigava o ativista a “se comprometer em não fazer parte de nenhuma organização pró-palestina, não estar em contato com nenhum outro integrante de organizações pró-palestinas e não participar de atividades pró-palestinas”.
“Entendo que se serei detido se fizer alguma destas atividades. Serão tomadas contra mim todas as ações legais relevantes, incluindo a deportação e a proibição da entrada em Israel”, dizia o escrito.
Sabin Haddad, porta-voz da autoridade migratória de Israel, confirmou à Agência Efe que realmente estão pedindo para os visitantes assinarem o documento, embora tenha negado que o mesmo use o termo “pró-palestino”. Haddad ainda assinalou que “só estão pedindo aos visitantes para não violarem a lei de Israel”.
Fontes da campanha espanhola também denunciaram a detenção de dois de seus ativistas, Julio Rodríguez, representante da Esquerda Unida, e Teresa Salas, da ONG espanhola Paz e Agora, no aeroporto de Ben Gurion.
A porta-voz israelense de Imigração, no entanto, assinalou à Agência Efe que “17 pessoas tinham sido proibidas de entrar no país, mas que nenhuma delas era espanhola, embora tenha reconhecido que os espanhóis possam estar sendo interrogados sobre os motivos de sua chegada ao país”.
A campanha “Bem-vindos à Palestina” pretende denunciar a ocupação israelense dos territórios palestinos, onde também controlam todos os acessos aéreos, marítimos e terrestres.
Os ativistas que vão participar da campanha estão sendo orientados a declarar suas chegadas aos controles de imigração em Tel Aviv, dizendo que estarão indo para territórios palestinos. Isso porque, muitos que vão à Cisjordânia e Gaza costumam mentir para escapar dos incômodos e prolongados interrogatórios da segurança israelense.
Fonte: Terra
Na foto acima, ativistas britânicos pró-palestinos que foram deportados no ano passado. http://londonbds.org
Neste ano vários militantes tiveram sua entrada a Israel impedida porque as companhias aéreas cancelaram as suas passagens. Isto, sob encomenda do Governo de Israel.