Ao contrário do Brasil, os demais países na região adotaram o isolamento total e obrigatório, o chamado “lockdown”, há dois meses. Alguns, inclusive, estabeleceram toque de recolher. Todos seguiram as orientações da Organização Mundial da Saúde e agora sentem que a ameaça mora ao lado, do lado brasileiro da fronteira, escreve o jornalista Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires.
Os vizinhos protegem-se do Brasil com medidas para redobrar o controle nas fronteiras. Quem entra pelo Brasil, passa por um controle mais estrito. Precisa ficar em quarentena por 14 dias e é monitorado pelas autoridades. Se for caminhoneiro, é controlado ao longo do percurso.
Os países também têm enviado militares à fronteira com o Brasil. A Colômbia, por exemplo, decidiu reforçar a presença militar, especialmente na cidade colombiana de Letícia, limite com o Peru e com a cidade brasileira de Tabatinga.
Os países amazônicos observam preocupados o que acontece em Manaus, à beira de um colapso sanitário e funerário.
A maior preocupação, no entanto, acontece no Paraguai, no Uruguai e na Argentina, países com forte vínculo com o Brasil e com intenso fluxo de mercadorias.