O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), em defesa do Jornalismo e dos jornalistas, manifestam sua total reprovação à atitude do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, que, na sexta-feira (08/04), em evento transmitido por rede social, sugeriu a empresários que pressionassem os veículos de comunicação a praticarem um “jornalismo decente”. A manifestação promove e estimula o cerceamento à liberdade de imprensa.
A manifestação deu-se em um contexto de crítica à cobertura de setores da imprensa catarinense relativamente à compra, com pagamento antecipado, de 200 respiradores para o combate à pandemia do novo Coronavírus, por R$ 33 milhões. Nenhum destes equipamentos foi entregue à Secretaria de Estado da Saúde até o momento.
O caso é real, alvo de investigações do Tribunal de Contas do Estado e de outros órgãos competentes, e gerou a criação, pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). É objeto de inquestionável interesse público. Cabe, portanto, aos veículos de comunicação e aos profissionais de imprensa, a mais ampla cobertura para levar à sociedade informação qualificada.
Se, porventura, algum veículo ou profissional cometeu ou vier a cometer qualquer erro na cobertura jornalística relativamente a este fato, cabe ao Governo do Estado de Santa Catarina tomar as medidas legais para a reparação do erro ou para assegurar o direito ao contraditório. No entanto, estimular e/ou promover o cerceamento à liberdade de imprensa por meio da pressão econômica de anunciantes é um erro grosseiro, autoritário e um ataque inaceitável. Cumprindo seu papel de garantir e defender a Liberdade de Imprensa, o Jornalismo e os jornalistas não vão se calar.
Florianópolis, 09 de maio de 2020.
Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina – SJSC
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ