Por Vanessa Nicolav.
Trabalhadores de serviços essenciais fizeram na tarde desta sexta-feira (8), em São Paulo, manifestação simbólica para reivindicar melhores condições de trabalho durante a pandemia de covid-19 e em repúdio às ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que vem incentivando o fim do isolamento social.
Respeitando as normas de distanciamento e utilizando máscaras e luvas, cerca de 30 profissionais, entre eles médicos, enfermeiros, metroviários, entregadores e petroleiros, permaneceram cerca de 20 minutos, no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista, segurando cruzes de cor preta, com nomes de vítimas da covid-19, e cartazes com as exigências relacionados ao trabalho.
Entre as demandas defendidas pelos trabalhadores, constavam a ampliação de fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para todos, a realização de testes em escala, a valorização dos médicos residentes, a estatização dos leitos de saúde privados, o aumento da remuneração dos trabalhadores da saúde e do auxílio emergencial.
O ato foi organizado pelo setor de saúde do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e teve também como objetivo alertar a população sobre os riscos de contágio que vêm aumentando no Brasil, além de pedir que as pessoas fiquem em casa.
“Este é um ato que reúne tanto a defesa dos direitos dos trabalhadores essenciais, quanto um alerta à população em geral. Esses trabalhadores que já estão no dia a dia nas ruas alertam para o perigo que se aproxima com o aumento do número de casos de coronavírus no Brasil. Não é uma manifestação para pedir para pessoas saírem de casa, pelo contrário”, informa Josué Rocha, médico e integrante do setor de saúde do MTST.
O ato faz oposição direta à manifestação do presidente Bolsonaro que saiu nessa quinta-feira (7) em caminhada em Brasília, junto a ministros e empresário, para reivindicar no Supremo Tribunal Federal (STF) a flexibilização das medidas de isolamento.
“Este ato também é pelo ‘Fora Bolsonaro’, porque acreditamos que a única maneira de o Brasil conseguir combater essa pandemia é com saída do presidente. Hoje, ele é também um grande risco à saúde dos brasileiros”, aponta o manifestante.
Edição: Camila Maciel.