247 – Em mais um de seus pronunciamentos a apoiadores e à imprensa nos portões do Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira (30), Jair Bolsonaro voltou a afirmar que a economia é prioridade para seu governo, diante da epidemia do coronavírus: “vão morrer gente” (sic). Ele insistiu no tema da ditadura: “o caos é terreno fértil para os aproveitadores chegarem no poder e não mais saírem dele”.
Bolsonaro não respondeu às perguntas do jornalista sobre a eventual assinatura de decreto acabando com o isolamento no país, que havia anunciado no fim de semana. Mas, mais uma vez, manifestou seu descontentamento com a ação dos governadores: “A gente tem levantamentos nossos, podem não ser os mais precisos, que mostram que a gente já chegou no limite. Eu peço a Deus que eu esteja errado no que estou falando, mas não vou furtar da minha responsabilidade em troca de ser bem tratado por vocês.”
Ao defender a reativação da economia, disse que “abaixo de 40 anos [de idade], quando é atingido, menos de zero vírgula alguma coisa por cento acabe em óbito”.
Ele silenciou diante das diversas manifestações de seus adeptos a favor do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, e não tocou no nome do titular da Pasta. Bolsonaro evitou aproximar-se das pessoas e mais uma vez atacou a imprensa: “Fui ontem a Ceilândia e Taguatinga. Não fui passear não. Imprensa que não tem caráter não podia agir de outra maneira. Eu fui ver o povo. Vocês [jornalistas] estão todos amontoados aqui também. Vocês estão aqui para levar a informação, pelo menos a imprensa sadia, mas também, se não vierem trabalhar, não tem salário.”
E acabou por produzir uma frase sobre o que poderia ser a gestão da crise de seu concorrente nas eleições fosse guindado ao poder: “O alvo sou eu. Se o Bolsonaro sair e entrar o Haddad o problema seria resolvido… não é por aí”.