Sindicatos e autoridades espanholas divergem quanto à participação dos trabalhadores na greve. O CCOO e a UGT garantem que a adesão à greve, que terá duração de 24 horas, é de 85% dos trabalhadores do país. O número pode cair para 75% nas próximas horas quando foram incorporados os dados dos setores de administração, educação, saúde e comércio.
Já o governo espanhol sustenta que a paralisação não teve o efeito esperado, já que muitos trabalhadores estariam cumprindo suas rotinas com normalidade. Apesar das declarações do governo, a greve pôde ser confirmada em diversas regiões do país, além da capital Madri.
Em Barcelona, a maioria das lojas e empresas do centro da cidade está fechada e a polícia ocupa as ruas para acompanhar os manifestantes, que realizam um protesto pacífico.
Trabalhadores do transporte público do país também aderiram à greve e nas principais cidades espanholas é possível ver adesivos com os dizeres “Estamos em greve!” e “Eles querem tirar nossos direitos”. Pelas ruas, os manifestantes promovem “apitaços” e agitam bandeiras.
Houve protestos e paralisações também na Catalunha, em Valência e Zaragoza, onde parques industriais foram fechados. Assim como em Madri, a greve nessas localidades deverá durar 24 horas.
Efe
Greve atinge os principais setores do país e deverá durar 24h
A principal queixa dos manifestantes diz respeito à reforma trabalhista aprovada pelo governo em fevereiro. Os sindicatos alegam que as mudanças permitem que as empresas tenham mais facilidade para demitir seus funcionários, agravando a situação dos trabalhadores do país.
Atualmente, a Espanha é o país com o maior índice de desemprego na comunidade europeia. Cerca de 23% da população economicamente ativa do país está desempregada e a situação é ainda pior entre os jovens até 25 anos. Neste caso, o desemprego já beira os 50%.
O governo espanhol declarou que a reforma não será modificada, apesar de garantir que os sindicatos “têm direito” a convocar a greve. Para Rajoy, a reforma trabalhista irá criar empregos e modernizar as relações trabalhistas. Em resposta, os sindicatos afirmaram que caso as reformas não sejam alteradas, o país verá um “conflito social crescente”.
Austeridade
Esta é a primeira greve geral que Rajoy enfrenta desde que assumiu o poder, há menos de 100 dias. Para adequar o déficit público do país ao que é exigido pela União Europeia, o governo ainda irá adotar outras medidas de austeridade impopulares.
O Executivo apresentará o Orçamento Geral do Estado nesta sexta-feira (30) e o presidente já antecipou que deverá promover de cortes de 12 a 15% nos ministérios.
Fonte: Ópera Mundi.