A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região negou o recurso apresentado pelo médico Abeylard Orsini e manteve seu registro profissional cassado.
Orsini é acusado de emitir laudos de necropsia falsificados sobre presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985). A decisão data do dia 24 de janeiro.
Segundo o site Consultor Jurídico, a denúncia sobre Orsini conta com o agravante da suspeita de o médico ter forjado ao menos 11 laudos para omitir evidências de tortura. Entre as autópsias contestadas estão as de Ana Maria Nacinovic Corrêa, morta em 1972, então com 25 anos, Iuri Xavier Pereira, de 23, e Marcos Nonato de Fonseca, de 19.
Os três eram membros da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização criada por Carlos Marighella. Eles teriam sido mortos nas dependências do DOI-Codi, órgão de inteligência e repressão subordinado ao Exército.
A denúncia contra Orsini foi feita pelo Grupo Tortura Nunca Mais, criado por familiares de mortos e desaparecidos políticos para manter a memória do período de exceção e esclarecer as condições em que os perseguidos políticos foram assassinados.