Mais de cem médicos pediram ao Reino Unido e à Austrália que terminem a tortura do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, preso na prisão britânica de alta segurança em Belmarsh, enquanto se aguarda um pedido de extradição para EUA.
Em carta aberta publicada ontem, segunda-feira (17) na revista científica The Lancet, 117 especialistas de 18 países denunciam que desde que os médicos começaram a avaliar Assange em 2015 na Embaixada do Equador em Londres, onde ele estava refugiado, suas opiniões e recomendações de especialistas “foram constantemente ignoradas”, informa Russia Today.
Ao mesmo tempo, lembram que o relator especial da Organização das Nações Unidas para a Tortura, Nils Melzer, alertou que o jornalista começou a exibir sinais de que é vítima de tortura psicológica.
“Condenamos a tortura de Assange. Condenamos a violação do seu direito fundamental a cuidados médicos adequados. Condenamos o clima de medo em torno da prestação de cuidados médicos a ele. Condenamos as violações do seu direito ao sigilo médico-paciente”, escrevem os signatários da carta, que alertam que “não se pode permitir que a política interfira no direito à saúde e na prática da medicina”.
“Se Assange morrer em uma prisão no Reino Unido, como alertou o Relator Especial das Nações Unidas para a Tortura, será em consequência de ter sido efetivamente torturado até a morte”, denunciam os signatários, acrescentando que a profissão médica “não pode permitir-se o luxo de permanecer em silêncio, do lado errado da tortura, do lado errado da história”.
Nesse contexto, os signatários pedem aos governos que “ponham fim à tortura” de Assange e garantam “seu acesso aos melhores cuidados médicos disponíveis antes que seja tarde demais”.