Diário Liberdade – [23:00 h, 22.03.12] Passos Coelho recebido por manifestação no Porto. Houve agressões policiais no Porto e numa das manifestações de Lisboa.
Houve vários milhares de pessoas nas manifestações de Lisboa. A principal foi a da CGTP, que saiu do Rossio pelas 15.00 h e terminou na Assembleia da República. Porém, não foi a única. Também a plataforma 15 de Outubro marchou entre o Rossio e a Assembleia da República. No caminho, a manifestação foi agredida pela Polícia de Segurança Pública (PSP), ferindo várias pessoas no Largo do Chiado.
Polícias à paisana infiltraram-se entre manifestantes tanto do Porto como de Lisboa, segundo denunciaram participantes nas mobilizações.
No resto do País houve também manifestações, juntando milhares de pessoas conjuntamente.
O governo de Passos Coelho não se atreve a fazer balanço de uma greve claramente exitosa apesar da especialmente intensa atividade policial desenvolvida. O executivo português remeteu o balanço só para final de mês.
[20:00 h, 22.03.12] Passos Coelho apupado na sua chegada ao Porto
O próprio Passos Coelho foi hoje apupado à sua chegada ao Porto, numa recepção na Universidade. Centos de pessoas aguardavam o primeiro ministro para lhe deixar claro que não conta com o seu apoio no caminho para a pobreza do povo português pelo que está a guiar o país.
Passos Coelho entrou diretamente para a reitoria da Universidade do Porto, como se aquilo não fosse com ele, bem protegido pelos fardados que agiram como melhor sabem: com violência e ameaças. Assim, houve, segundo informações da imprensa comercial, uma pessoa detida e várias identificadas. Perante os protestos das pessoas presentes, a polícia utilizou o diálogo… acompanhado de cacetadas várias.
Ocupação de Call Center
Os Precári@s Inflexíveis ocuparam em Lisboa um Call Center da PT. Nestes centros de exploração não se respeitam os mais básicos direitos das e dos trabalhadores, incidiram dos PI, incluído o direito a greve.
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Apesar dos milhares de pessoas hoje nas ruas de todo o país, os jornais do sistema preferem salientar supostos confrontos entre manifestantes e polícia responsabilizando por eles, claro, ao primeiro coletivo.… e continua o tratamento informativo da média burguesa
E é que, se não se pode ocultar uma maciça adesão –que nenhum dos jornais comerciais nega, pelo menos que pareça que foram criminosos/as.
Polícia contra os piquetes e em auxílio dos patrões não impede forte adesão à greve geral
[14:30, 22.03.12]
A jornada de greve geral em Portugal avança com uma mais que significativa adesão da classe trabalhadora, apesar da intensa propaganda mediática contra o direito à greve e do papel policial em auxílio dos patrões.
Em diferentes lugares, um pouco por todo o país, repetem-se imagens de grupos de polícias a fazer barreira para evitar que os piquetes possam aceder às instalações das empresas e verificar diretamente que os trabalhadores e trabalhadoras podem exercer o seu direito à greve. Já se produziram espancamentos e outras intervenções contra a atuaçom dos piquetes grevistas, sem que os media da burguesia tenham questionado o papel dos corpos policiais como força de choque dos patrões.
Para as 14 e 15 horas foram convocadas quase 40 manifestações em todo Portugal, que em muitos já começaram a marchar pelas ruas de cidade como Lisboa (14 horas), Porto (15 hroas), Braga, Almada, Coimbra, Braga, Viana do Castelo, Beja, Setúbal, Barreiro, Évora, Aveiro, Funchal, etc.
Balanço da CGTP após as primeiras horas: “Muito positivo”
Todas as barreiras colocadas pela burguesia, propagandísticas e policiais, não estão conseguindo evitar que a jornada seja um êxito de participação e luta do povo trabalhador português. Assim foi confirmado por Arménio Carlos, secretário-geral da central convocante, que avaliou muito positivamente a jornada de luta, na qual não participam apenas os trabalhadores e trabalhadoras sindicalizadas na CGTP, mas também outros setores que acham imprescindível enfrentar as agressões aos direitos da classe trabalhadora que representam as mudanças no Código de Trabalho.
Por seu turno, o governo da direita recusou-se a dar dados de participação na jornada de greve.
Dados do setor industrial confirmam importante incidência da greve em todo o país
A atividade laboral é quase nula nos transportes, mas o site disponibilizado pela CGTP para atender a jornada informou de como se concretiza a adesão operária à paralisação de hoje também nas principais empresas do setor industrial português. Eis os dados:
BOSCH / Braga (100%); TENNECO / Setúbal (100%); Valor SUL / Loures (100%); CAVAN / Vila Franca de Xira (100%); Central Térmica da Refinaria do Porto (100%); EDP – Piquete de Sintra (100%); RTS (produção /Monte Mor o Novo (100%); BRAARUNING / Viana do Castelo (100%); Cantina da RTP (ITAU) / Vila Nova de Gaia (100%); FEHST Componentes / Braga (98%); EDP (Contacto Centro) / Seia (95%); EUROPASKRAFT / Viana do Castelo (93%); RODIALTO / Setúbal (90%); CT COBERT TELHAS / Torres Vedras (89%); TST / Setúbal (88%); CENTRALCER / Vila Franca França (88%); DELPHI Automotive Portugal / Braga (87%); PARMALAT Portugal / Palmela (85%); SAINT – GOBAIN Portugal / Loures (85%); AMORIM INVESTIMENTOS / Santa Maria da Feira (83%); STEF / Vila Franca de Xira (83%); SAKHTI Portugal / Maia (82%); VESTION Portuguesa / Palmela (80%); BLOCOVIGA / — (80%); TUDOR /Vila Franca (77%); SUCH / Coimbra (75%);PORTALEX / Sintra (72%); CONSTRUÇÕES Joaquim Barros / Porto (70%); CAETANOBUS /Vial Nova de Gaia (70%); LISNAVE / Setúbal (70%); Sociedade Construções José Maria Carvalho / Porto (70%); Construção Eliana / Porto (65%); Fernando Carvalho e Filhos / Porto (65%); Construções Luis Carvalho / Porto (65%); Serração Araújo e irmãos / Porto (65%); Sociedade de Construções Pinto Moreira / Porto (65%); Caetano Auto Sá / Coimbra (oficinas) (60%); Antero e Carvalho / Porto (60%); AUTO CITROEN / Setúbal (60%); CAETANO AUTO / Coimbra (60%); FUNFRAP Fundição Portuguesa / Aveiro (60%); Postejo – Pré-Fabricados de Cimento / Benavente (60%); Moveis Cristiano & Filhos / Porto (60%); João & Alberto Granitos / Porto (60%); Construções S. Jorge / Porto (60%); Construções Rodrigo Unipessoal / Porto (60%); Construção Alberto & Filhos / Porto (60%); Paulo Oliveira / Covilhã (60%); Construção J. Leitão / Porto (60%); Abrigada Comp Nacional de Refractrios SA / Alenquer (60%); Moveis Silveira / Porto (60%); João Pinto Moreira / Porto (60%);
Eis o vídeo de uma das atuações da Polícia de Segurança Pública (PSP) contra os piquetes de trabalhadores, acontecida nesta ocasião em Oeiras:
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[11:30, 22.03.12] Forte adesão, ações policiais e campanha mediática intoxicativa. Quando enfiamos o meio-dia, a greve geral continua sob os mesmos parâmetros que avançáramos durante a madrugada.
A CGTP-IN, que como comentávamos em informações anteriores, é alvo de uma campanha mediática dos jornais do sistema, avaliou o decorrer da jornada de luta como “muitíssimo satisfatório”. Segundo os dados da central sindical, que convocava a greve geral de hoje, pelas 7:30 h. a adesão terá atingido 100% nos transportes nos principais núcleos urbanos do país, havendo também forte adesão na saúde e nos portos. Nos Comboios de Portugal, segundo fontes sindicais, não se estarão a cumprir serviços mínimos. Serviços de recolha do lixo também pararam em várias cidades. Os CTT terão registado também uma muito forte adesão.
Podem se consultar os dados da CGTP-IN às 7:30 h. na seguinte ligação: Dados de adesão 7:30
Tendo em conta, ainda, a grande quantidade de precários e precárias que vem impossibilitada a sua participação na greve pelas ameaças (diretas ou não) do patrão, a capacidade mobilizadora nesta greve está a demonstrar o caráter antidemocrático de um governo que não conta nas suas ações com apoio popular.
Em poucas horas a manifestação de Lisboa sairá do Rossio em direção ao Parlamento.
Repressão policial: tasers contra piquetes na Musgueira
“PSP está agressiva e disposta a usar métodos de grande violência para reprimir os trabalhadores”, indicam dos Precários Inflexíveis, que estão a acompanhar minuto a minuto a greve geral. Os fardados terão empregado, segundo fontes a pé de rua dos PI, tasers para ameaçar as e os manifestantes.
Esta mesma fonte, que reporta uma forte adesão popular aos piquetes do sindicato convocante da mobilização, disponibiliza um vídeo em que podemos verificar a absolutamente pacífica resistência das e dos manifestantes.
A mesma polícia que não se encarrega de perseguir patrões que ameaçam e chantageiam para empecer o direito a greve, sim tomaram bom cuidado de atacar os piquetes que pretendem, precisamente, assegurar esse direito.
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Tratamento informativo burguês
Os média burgueses continuam, ao longo da manhã, a distorcer as informações e a atacar, com especial interesse, a CGTP-IN.
Assim, do Jornal de Notícias, podemos ler questões como se “os trabalhadores terão capacidade de aguentar tantas greves”, como se fossem um mal imposto contra eles e elas e não antes uma jornada de luta em que são protagonistas. Este mesmo jornal dedica praticamente toda a capa da sua versão online a temas não relacionados com a greve. O grande destaque é para o “assassino de Tolouse”.
O Público e outros meios dedicam sim as manchetes à greve, embora seja para questionar a capacidade de liderança da CGTP-IN, como já vínhamos indicando. “Líder da CGTP admite que mobilização é difícil”, abre o Público, mas a matéria tem pouco a ver com a manchete, tendo esta que admitir uma forte participação na jornada de luta.
Estudantes também se mobilizam
Não é apenas a classe trabalhadora que está a contestar as medidas de ataque do governo português, dirigido pela Troika. Porque também as e os estudantes estão a pagar as consequências da crise provocada pelo capitalismo.
As manifestações programadas para esta tarde na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas vão se juntar às 14.00 h. à do Rossio, para se dirigirem ao Parlamento.
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Greve Geral portuguesa começou com piquetes e polícia nas ruas: grande adesão no transporte
A greve geral já começou em Portugal, deixando-se sentir intensamente no transporte, nos comboios, metro, barcos, etc, além de nos serviços públicos.
A revisão do Código de Trabalho pelo governo da direita é contestada hoje pela convocatória da segunda greve geral do último ano, desta vez em solitário pela CGTP, a central sindical maioritária no país.
A Greve Geral começa desde já nos transportes, mas também nos serviços municipais de saneamento e limpeza e nos serviços de saúde.
Em Lisboa e no Porto, a incidência está a ser já grande nas primeiras horas, com o Metro de Lisboa, Transtejo e Soflusa (transporte marítimo que liga a capital com a margem sul) sem serviços mínimos e em completa paralisação.
A Carris tem serviços mínimos de 13% e espera-se que a adesão seja maciça, tal como na CP, onde o Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) aderiu à convocatória da CGTP e existem 20% de serviços mínimos.
Já no Porto, os STCP contam com serviços mínimos de 100 por cento de funcionamento nas linhas 4M e 5M (de madrugada), enquanto o funcionamento será de 50% em várias linhas durante a manhã e a tarde. O Metro do Porto tem horário reduzido de 7h a 21h, ficando sem ligações a Matosinhos, Póvoa, Maia, Aeroporto e Gondomar.
Cabe acrescentar que os portos do Algarve, Setúbal, Lisboa, Figueira da Foz, Aveiro, Viana do Castelo e Caniçal estão já encerrados devido à adesão dos trabalhadores à greve geral, segundo informações da força sindical convocante. Nos bombeiros de Lisboa, a adesão é de mais de 90%.
Além disso, há que lembrar que a CGTP-IN anunciou 38 concentrações, com destaque para Lisboa (14 horas, no Rossio) e Porto (15 horas, Praça da Liberdade).
Porém, há convocatórias também em: Aveiro, Águeda, Ovar, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira; Beja; Braga e Guimarães; Bragança; Castelo Branco e Covilhã; Coimbra; Évora; Faro; Guarda; Marinha Grande; Portalegre e Avis; Santarém, Torres Novas, Tramagal, Benavente e Couço; Setúbal, Corroios, Cova da Piedade, Barreiro, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines; Viana do Castelo; Viseu; Horta; Funchal.
Ataques dos media burgueses à CGTP
Salienta ainda, nas horas iniciais da jornada de luta portuguesa, a propaganda anti-sindical realizada pela imprensa burguesa, que insiste na suposta perda de influência da CGTP como principal sindicato representativo da classe operária portuguesa, numa tentativa de desacreditar essa força em plena jornada de greve convocada em todo o país e todos os setores.
Tendo em conta os 600 mil trabalhadores e trabalhadoras que lhe atribuem como sendo sindicadas à CGTP, cabe comparar o grau de participação popular nessa estrutura com a existente em qualquer partido político burguês, cuja militância fica muito abaixo dos 10% do número de filiados sindicais atribuído à central maioritária portuguesa.
Foto inferior: Metro de Lisboa anuncia encerramento na jornada de greve (Diário Liberdade)