Na França, Museu do Louvre amanhece fechado por greve contra reforma da Previdência

Protesto é protagonizado por trabalhadores da cultura e busca chamar atenção de turistas para o movimento grevista

Greve contra proposta de reforma do governo de Macron iniciou em 5 de dezembro e já conquistou manutenção da idade mínima de aposentadoria / Pedro Carrano

Por Pedro Carrano.

O maior museu de arte do mundo, o Louvre, amanheceu fechado nesta sexta-feira (17) pelo movimento grevista francês, em mobilização desde o dia 5 de dezembro em protesto contra a reforma da Previdência do governo de Emmanuel Macron.

A manutenção da idade mínima de aposentadoria, um recuo anunciado pelo governo no início desta semana, é considerada insuficiente pelo movimento, que critica itens como a possibilidade de capitalização e privatização da previdência, entre outros.

Após o ato desta quinta (16), que reuniu 250 mil pessoas em Paris e foi considerado um pouco menor que os cinco atos anteriores, o movimento decidiu chamar atenção do mundo fechando a entrada do museu para turistas. Não há, segundo as lideranças, previsão de abertura do museu nesta manhã.

Louvre possuiu uma coleção de 38 mil objetos e atrai turistas de todo o mundo (Foto: Pedro Carrano)

Impasse

Com cantos e palavras de ordem, os grevistas disputam nesse momento a atenção dos turistas. A direção do museu, por sua vez, garante que será aberto ainda nesta sexta.

A ação é conduzida por uma centena de trabalhadores da cultura, que também fazem críticas à gestão do Ministério da Cultura francês.

De acordo com Cedric Roms, integrante da organização Culture Solidaires, os trabalhadores em geral querem a retirada do projeto de aposentadoria. No caso da cultura, protestam também contra a sobrecarga que sofrem com a grande demanda característica dos espaços culturais franceses.

“A aposentadoria e os ganhos dos trabalhadores franceses diminuem e eles empobrecem cada vez mais. Na cultura, o orçamento do Ministério diminui e com isso ficamos sem condições de acolher os quase nove milhões de turistas. Nosso exemplo dessa luta pode chegar a outros trabalhadores de outros espaços da cultura”, afirma Roms, em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato.

Edição: Rodrigo Chagas

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