Cronopiando por Koldo Campos Sagaseta.
(Português/Español).
“Não riam, não riam, que se não…” aconselhava entre risos o presidente dos empresários espanhóis a seus companheiros de folia, antes de expressar seu parecer sobre a última reforma laboral.
Dias depois, os mesmos empresários deixaram claro, diante do anúncio de uma greve nacional, que “as greves não resolvem nada” e que “agora não é o momento”. E a ministra do Trabalho, perspicaz como sempre, também se somou à campanha desmobilizadora apontando que “as greves não criam emprego”.
Dizer que a greve não resolve nada, não é verdade. Por enquanto, a dias da greve, seu anúncio já conseguiu, pelo menos, que os empresários e seu governo parem de rir. E não é que a gente censure a gargalhada como expressão de ânimo e humor, senão que celebro, sobre tudo, a alegria geral, esse regozijo que fará inoportuna qualquer greve o dia em que os empresários e banqueiros delinquentes, mesmo que seja chorando, se hospedem na cadeia; esse dia em que a gente recupere suas casas e economias, o direito ao trabalho siga sendo constitucional, e direitos humanos à saúde e à educação, para não entrar em detalhes. Esse sim que, em absoluto, será um bom momento para uma greve. O problema é que esse dia não tem data no calendário, aliás, nem sequer tem calendário.
E ainda aceitando que uma greve, à margem de interromper o alvoroço empresarial e converter em geral o desabafo, não vai traduzir à justiça todas as demandas sociais pendentes, a verdade é que trabalhar também não “resolve nada”. E se a greve não cria emprego, também não cria emprego o governo que, por sinal, o que sim veio a demonstrar é sua enorme capacidade e eficácia para aumentar o desemprego. De fato, logo mais os empresários vão descobrir que as greves, além de inoportunas e ineficazes, também são desnecessárias, porque já ninguém terá emprego que declarar em greve, nem sequer os empresários. É claro que, sempre lhes restará a Lapônia.
Versão em português: Tali Feld Gleiser.
Huelga General
Cronopiando por Koldo Campos Sagaseta.
“No se rían, no se rían, que si no…” aconsejaba entre risas el presidente de los empresarios españoles a sus conmilitones de jolgorio, antes de expresar su parecer sobre la última reforma laboral.
Días después, los mismos empresarios han dejado claro, ante el anuncio de una huelga nacional, que “las huelgas no resuelven nada” y que “ahora no es el momento”. Y la ministra de Trabajo, perspicaz como siempre, también se ha sumado a la campaña desmovilizadora apuntando que “las huelgas no crean empleo”
Decir que la huelga no resuelve nada, no es verdad. De momento, a más de un mes de la huelga, su anuncio ya ha conseguido que, al menos, los empresarios y su gobierno dejen de reírse. Y no es que uno censure la carcajada como expresión de ánimo y humor, sino que celebro, sobre todo, la alegría general, ese regocijo que hará inoportuna cualquier huelga el día en que los empresarios y banqueros delincuentes, aunque sea llorando, se hospeden en la cárcel; ese día en que la gente recupere sus viviendas y ahorros, el derecho al trabajo siga siendo constitucional, y derechos humanos la salud y la educación, para no entrar en detalles. Ese sí que, en absoluto, será un buen momento para una huelga. El problema es que ese día no tiene fecha en el calendario, es más, ni siquiera tiene calendario.
Y aún aceptando que una huelga, al margen de interrumpir el alborozo empresarial y convertir en general el desahogo, no va a traducir a la justicia todas las demandas sociales pendientes, la verdad es que tampoco trabajar “resuelve nada”. Y si la huelga no crea empleo, tampoco crea empleo el gobierno que, por cierto, lo que sí ha venido a demostrar es su enorme capacidad y eficacia para aumentar el paro. De hecho, pronto los empresarios van a descubrir que las huelgas, además de inoportunas e ineficaces, también son innecesarias, porque ya nadie va a tener trabajo que declarar en huelga, ni siquiera los empresarios. Claro que, siempre les quedará Laponia.