A Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro, leverá o tema da Teologia da Libertação para a Sapucaí em 2020. O samba-enredo foi escolhido na noite deste sábado (12) e promete abalar o governo Bolsonaro (se ainda existir) e o fundamentalismo cristão
A Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro, leverá o tema da Teologia da Libertação para a Sapucaí em 2020. O samba-enredo foi escolhido na noite deste sábado (12) e promete abalar o governo Bolsonaro (se ainda existir) e o fundamentalismo cristão.
O jornalista Mauro Lopes publicou em seu Facebook: “podem se preparar. Depois da história do povo brasileiro, o Cristo-verdade, revolucionário, tomará conta da avenida no Carnaval de 2020 com a Mangueira.
O samba enredo foi escolhido na noite deste sábado. Vai abalar o Brasil, o governo Bolsonaro (se existir ainda) e o fundamentalismo cristão.
A íntegra da letra, dos compositores Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo. Veremos, de maneira quase inacreditável, a Teologia da Libertação desfilar na Sapucaí.”
Aqui, o samba-enredo:
Confira a letra do samba-enredo da Mangueira:
Mangueira
Samba que o samba é uma reza
Se alguém por acaso despreza
Teme a força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra do Buraco Quente
Meu nome é Jesus da Gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil
Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque de novo cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais que a escuridão
Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem Messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão
Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E num domingo verde-e-rosa
Ressurgi pro cordão da liberdade