Mais de 40 pessoas morreram durante protestos no Haiti, aponta ONU

Segundo Alto Comissariado para os Direitos Humanos, cerca de 19 mortes foram causadas diretamente por ação das forças de segurança

Segundo Alto Comissariado para os Direitos Humanos, cerca de 19 mortes foram causadas diretamente por ação das forças de segurança (Foto: Wikicommons)

Dados do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU divulgados nesta sexta-feira (01/11) anunciaram que 42 pessoas morreram e outras 86 ficaram feridas durante a mais recente jornada de protestos que tomaram as ruas do Haiti desde setembro.

Segundo a porta-voz das Nações Unidas, Marta Hutado, das 42 mortes, 19 foram causadas diretamente por ação das forças de segurança do país e a maioria delas apresentava sinais de ferimentos causados por armas de fogo.

Ainda de acordo com Hurtado, entre os mortos se encontra um jornalista e entre os feridos, cerca de nove eram profissionais que trabalhavam na cobertura dos protestos haitianos.

A porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos ainda afirmou que a ONU está “profundamente preocupada” com a situação no país e recomendou que as autoridades do Haiti tomem “medidas para alcançar soluções pacíficas para as muitas reclamações que levaram os haitianos a tomarem as ruas”.

Hutado ainda denunciou o número “alarmantemente alto” de pessoas detidas sem julgamento pediu uma resolução para problemas de abastecimentos elétrico, de alimentos e remédios.

O Haiti atravessa uma grave crise social e política e, desde 2018, é palco de diversos protestos contra as políticas de aumento de preços e privatizações do governo do atual presidente Jovenal Moïse por pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI). O mandatário ainda é acusado de desviar fundos da Petrocaribe.

As manifestações, que se iniciaram após um período de falta de combustíveis e levaram milhares de haitianos às ruas, pedem a renúncia de Moïse e a soberania do país em relação ao FMI.

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