Dados do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU divulgados nesta sexta-feira (01/11) anunciaram que 42 pessoas morreram e outras 86 ficaram feridas durante a mais recente jornada de protestos que tomaram as ruas do Haiti desde setembro.
Segundo a porta-voz das Nações Unidas, Marta Hutado, das 42 mortes, 19 foram causadas diretamente por ação das forças de segurança do país e a maioria delas apresentava sinais de ferimentos causados por armas de fogo.
Ainda de acordo com Hurtado, entre os mortos se encontra um jornalista e entre os feridos, cerca de nove eram profissionais que trabalhavam na cobertura dos protestos haitianos.
A porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos ainda afirmou que a ONU está “profundamente preocupada” com a situação no país e recomendou que as autoridades do Haiti tomem “medidas para alcançar soluções pacíficas para as muitas reclamações que levaram os haitianos a tomarem as ruas”.
Hutado ainda denunciou o número “alarmantemente alto” de pessoas detidas sem julgamento pediu uma resolução para problemas de abastecimentos elétrico, de alimentos e remédios.
O Haiti atravessa uma grave crise social e política e, desde 2018, é palco de diversos protestos contra as políticas de aumento de preços e privatizações do governo do atual presidente Jovenal Moïse por pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI). O mandatário ainda é acusado de desviar fundos da Petrocaribe.
As manifestações, que se iniciaram após um período de falta de combustíveis e levaram milhares de haitianos às ruas, pedem a renúncia de Moïse e a soberania do país em relação ao FMI.