‘Amazônia pega fogo, enquanto Bolsonaro brinca’: veja repercussão das queimadas na imprensa internacional

Foto: cbm/ro

Os focos de incêndios na floresta Amazônica e outras regiões do Centro-Oeste e Norte do Brasil ganharam destaque na imprensa internacional. Da América Latina à Europa, dos norte-americanos aos asiáticos, as queimadas entraram na pauta dos veículos de imprensa de todo o mundo.

O jornal argentino Página/12 afirmou que a “Amazônia pega fogo enquanto Bolsonaro brinca”, em uma reportagem que cita o fato de que, entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 72.843 focos de incêndio florestal no Brasil. Segundo o periódico, o número elevado é uma “consequência” das “políticas de desenvolvimento” do presidente Jair Bolsonaro.

O veículo também destacou a maneira como o mandatário se defendeu, dizendo que havia passado de “capitão motosserra a Nero” – em referência ao imperador que pôs fogo em Roma.

Por sua vez, o jornal britânico The Independent disse que “a destruição da floresta aumenta rapidamente” enquanto o presidente Bolsonaro “corta proteções” ambientais.

O periódico afirma que o governo do Brasil mudou de posição em relação ao meio ambiente com a eleição de Bolsonaro, e lembra que o presidente foi “multado pessoalmente” por violar regulações ambientais.

New York Times

New York Times trouxe uma reportagem afirmando que, de acordo com, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o fogo que está queimando na floresta é um dos “mais rápidos em anos”.

O jornal norte-americano ainda lembrou que na segunda-feira (19/08), devido à chamas dos incêndios, “a fumaça chegou a milhares de quilômetros de distância, ao litoral atlântico e a São Paulo”. Citando uma matéria do jornal regional Folha do Progresso, o texto afirmou que neste mês fazendeiros do Pará “planejaram um ‘dia do fogo'”. Após o anúncio, foi relatado o aumento de queimadas no país.

A emissora da Venezuela teleSUR relembrou a importância da floresta e as riquezas que contêm no solo da Amazônia. Por isso, muitas indústrias “exploram” o território amazônico podendo  “causar crime ambientais”.

O canal questionou quem é o “responsável” pelos incêndios na região e afirmou que organizações e movimentos que defendem o meio ambiente “culpam o presidente” pela “grave situação”.

Al Jazeera

O site catari Al Jazeera publicou uma reportagem mostrando as famílias que estão sendo prejudicadas pelos incêndios, dizendo que elas “lutam para salvar suas casas”. O texto afirma que, em uma semana, 9.507 novos focos de queimadas foram detectadas no “maior incêndio florestal do mundo”.

O periódico francês Le Monde disse que, por consequência da seca e do desmatamento, aumentou em “83% o número de incêndios” no Brasil. E destacou que as chamas na Amazônia são “notavelmente” causadas pelo desmatamento para “transformar áreas florestais em áreas de cultivo e pecuária”.

The Guardian

Por sua vez, o site britânico The Guardian disse que o presidente Bolsonaro “acusou” organizações não governamentais de estarem por trás da causa dos incêndios, ao mesmo tempo em que lembra que o mandatário ‘não traz nenhuma evidência” para embasar a acusação.

“Desde que Bolsonaro entrou no governo, agências ambientais emitiram menos penalidades, e os ministros deixaram claro que suas simpatias estão com os madeireiros, e não com os grupos indígenas que vivem na floresta”, afirma o texto.

O jornal indiano The Hindu disse, em matéria redigida pela Reuters, que por causa dos incêndios nas regiões brasileiras, a hashtag #PrayforAmazonas ficou nos “trending topics mundial” no Twitter na quarta-feira (21/08). A reportagem ainda afirma que esse incêndio é um dos “milhares que dizimam” a região.

BBC

A emissora britânica BBC  afirma que Bolsonaro, ao acusar as organizações pelos incêndios, “irritou ainda mais aqueles que estavam preocupados” com a situação da floresta. O texto ainda diz que o brasileiro acusou o presidente do Inpe de “mentir sobre os dados de desmatamento”.

O jornal chileno La Tercera disse que os incêndios são os maiores deste 2013, e que o estado do Mato Grosso registrou “aumento” de 673% de áreas com foco de queimadas em comparação com 2018. O periódico afirmou que, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre as áreas afetadas, “68 são zonas protegidas ou reservas indígenas”.

CNN

A emissora norte-americana CNN afirmou que “provavelmente” a culpa pelas queimadas na Amazônia é dos seres humanos. O canal disse que a floresta “produz 20% do oxigênio do mundo”, e, de acordo com World Wildfile Fund, se a região for danificada pode emitir carbono, o “principal impulsionador da mudança climática”.

 

Em reportagem que traz fotos de Araquém Alcântara, que registrou “imagens devastadoras” das queimadas, o site Cubadebate destacou a imagem de um tamanduá indefeso que estava no meio do fogo. A página lembrou já faz “mais de 18 dias” das chamas que se propagam na Amazônia.

Washington Post

O jornal Washington Post afirmou que os incêndios podem “acelerar o aquecimento global” e causar “danos” à biodiversidade. O periódico dos Estados Unidos disse que a floresta que serve como “pulmão do mundo” está em chamas.

Ainda na reportagem, o jornal afirma que segundo a agência climática da União Europeia, o Copernicus Climate Change Service, os incêndios “aumentaram” as emissões de monóxido e dióxido de carbono, o que “coloca em risco a saúde humana e agravamento do aquecimento global”.

A emissora ABC disse que a fumaça das queimadas está subindo “acima”  de 1.932 metros quadrados. A jornalista Claire Bower, que mora no Rio de Janeiro, afirmou ao canal que a fumaça “preocupa”, pois abrange “metade do território brasileiro e a Bolívia e o Peru”, países vizinhos do Brasil.

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